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Javier Milei anuncia transferência da embaixada argentina de Telavive para Jerusalém em 2026

Quase todos os países que mantêm uma presença diplomática formal junto das autoridades israelitas têm embaixadas em Telavive. Apenas os Estados Unidos, a Guatemala, as Honduras, o Kosovo, a Papua-Nova Guiné e o Paraguai possuem embaixadas em Jerusalém, contrariando o consenso internacional.

O Presidente da Argentina, Javier Milei
Eraldo Peres

Lusa

O Presidente argentino, Javier Milei, anunciou no parlamento israelita (Knesset) que a embaixada do seu país em Israel será transferida em 2026 de Telavive para Jerusalém.

"Tenho o orgulho de anunciar que, em 2026, a transferência da nossa embaixada para a cidade de Jerusalém Ocidental entrará em vigor, como prometemos", disse Milei no Knesset, onde foi convidado a discursar por ocasião da sua segunda visita oficial a Jerusalém.

Quase todos os países que mantêm uma presença diplomática formal junto das autoridades israelitas têm embaixadas em Telavive.

Apenas os Estados Unidos, a Guatemala, as Honduras, o Kosovo, a Papua-Nova Guiné e o Paraguai possuem embaixadas em Jerusalém, contrariando o consenso internacional.

Devido à sua importância para os judeus, cristãos e muçulmanos, o Plano de Partilha da Palestina adotado pela ONU em 1947 previa um estatuto internacional especial para a cidade, mas esta acabou dividida após a Guerra Árabe-Israelita de 1948, ficando a zona ocidental sob controlo israelita e a oriental sob administração jordana.

Eleito Presidente da Argentina em novembro de 2023, Milei realizou em Israel a sua primeira visita oficial ao estrangeiro, em fevereiro de 2024, e iniciou na terça-feira a sua segunda visita.

Ainda no Knesset, Milei secundou críticas do governo israelita a Greta Thunberg, deportada de Israel na terça-feira pela sua participação na Flotilha da Liberdade, descrevendo a ativista sueca como uma "ex-ativista climática que se tornou mercenária".

"Um parágrafo à parte para a ex-ativista climática que se tornou mercenária, ativista por tudo o que a esquerda internacional lhe diz em troca de um pouco de imprensa e câmaras", disse Milei no seu discurso.

O líder argentino acusou a jovem sueca de se ter envolvido numa "performance de vitimização nos últimos dias", referindo-se ao período que passou detida pelas autoridades israelitas, desde a interceção do barco Madleen na manhã de domingo até à sua partida do país na terça-feira num avião para França.

Milei criticou o facto de tal ter acontecido enquanto "dezenas de cidadãos israelitas e internacionais, incluindo argentinos, permanecem raptados em condições desumanas pela organização assassina Hamas".

Milei pede liberação de israelo-argentinos reféns

Na terça-feira, Milei pediu ao homólogo de Israel, Isaac Herzog, numa reunião em Jerusalém, a libertação dos cidadãos israelo-argentinos reféns na Faixa de Gaza.

"Não desistiremos da nossa exigência pela libertação incondicional de todos os sequestrados que estão reféns na Faixa de Gaza. Assim como insistimos em acompanhar o povo de Israel durante estes anos trágicos", declarou Javier Milei.

No primeiro dia de visita ao país, o Presidente da Argentina recordou também os ataques terroristas ocorridos contra a Embaixada de Israel e a Associação Mutual Israelita Argentina, nos anos de 1990, que fizeram mais de 100 mortos.

Nesse sentido, destacou que o "combate contra o terrorismo" é algo que une os dois países: "Israel, na sua recusa à rendição cobarde perante o terrorismo, é hoje um farol que ilumina o caminho da liberdade e o compromisso com a civilização."

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