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Morreu José Mujica, antigo Presidente do Uruguai

José 'Pepe' Mujica, ex-presidente do Uruguai que governou o país entre 2010 e 2015, morreu aos 89 anos. Fez do país um Estado pioneiro na adoção de medidas progressistas como o aborto, o casamento homossexual ou a legalização do canábis, que foi mesmo uma novidade à escala mundial.

O ex-presidente do Uruguai, José ''Pepe' Mujica, a 26 de junho de 2024.
Matilde Campodonico / AP

Mariana Jerónimo

O ex-presidente do Uruguai, José 'Pepe' Mujica, morreu aos 89 anos, esta terça-feira, avançou o atual líder do país, Yamandu Orsi, na rede social X (antigo Twitter). Foi Presidente do Uruguai entre 2010 a 2015.

"É com profundo pesar que anunciamos o falecimento do nosso camarada 'Pepe' Mujica. Presidente, ativista, líder e guia. Vamos sentir muito a sua falta, meu velho", escreveu na rede social.

No início deste ano, José 'Pepe' Mujica revelou a propagação de um cancro no seu corpo e anunciou que ia parar com os tratamentos médicos: "Estou em vias de morrer. O cancro do esófago está prestes a alastrar-se para o meu fígado", revelou.

Queria ser sepultado ao lado da sua cadela

Mujica indicou que, na altura, tinha iniciado o processo para ser sepultado no jardim da sua quinta modesta, nas proximidades de Montevideu, debaixo de uma árvore que ele próprio plantou, ao lado da sua cadela Manuela.

"Vou morreu aqui. Lá fora, há uma grande sequoia. A Manuela está lá enterrada. Quero fazer os papéis para que me enterrem lá também. E é tudo", disse.

Apesar da doença, Mujica envolveu-se totalmente na campanha eleitoral para as presidenciais, ganha no início de dezembro do ano passado pelo candidato da coligação de esquerda da Frente Ampla, Yamandu Orsi.

O Presidente "mais pobre do mundo"

Designado "o presidente mais pobre do mundo" por ter entregado a quase totalidade dos rendimentos de chefe de Estado a um programa de habitação social, José 'Pepe' Mujica fez do Uruguai um Estado pioneiro na adoção de medidas progressistas como o aborto, o casamento homossexual ou a legalização do canábis, que foi mesmo uma novidade à escala mundial.

Antigo guerrilheiro, passou 13 anos preso, a sua maior parte dos quais sob a ditadura militar (1973-1985) e foi torturado, antes de ser deputado, senador, ministro e, por fim, Presidente de um país em democracia.

- Com Lusa

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