Nas últimas semanas, várias cidades em Espanha têm sido palco de manifestações que alertam para a crise de habitação, intensificada pelo aumento de alojamentos turísticos. Quem se manifestou pede medidas urgentes do governo para controlar os preços e assegurar habitação a valores justos.
Em Valência, os residentes de um prédio protestaram contra a construção de alojamentos locais no rés-do-chão, onde esperavam ver espaços comerciais. A comunidade local teme que a mudança traga prejuízos, mesmo sem serem contra o turismo.
De acordo com o Banco de Espanha, o país precisa de cerca de 600 mil novas casas para atender à crescente procura. Com a oferta limitada, os preços das habitações dispararam, colocando-as fora do alcance da classe média. Em resposta, o governo socialista de Pedro Sánchez alocou 200 milhões de euros em vales de arrendamento para jovens, mas os resultados dessas medidas têm sido modestos.
A crise de habitação agrava a pressão sobre o governo de Sánchez. No último domingo, mais de 20 mil pessoas participaram numa manifestação em Madrid, organizada pelo Partido Popular e o Vox, a pedir a demissão do primeiro-ministro e a exigir eleições antecipadas. Acusam o governo de comprometer a democracia no país.