O conflito no Médio Oriente preocupa cada vez mais o Ocidente, mas também as nações árabes, que já apresentaram uma proposta Israel, que será, certamente recusada, de acordo com o comentador da SIC, Germano Almeida.
Germano Almeida sublinha que os Estados Unidos da América "parece que estão em dois tabuleiros contraditórios", mas garante que, na verdade, "não estão".
"Ao mesmo tempo que Biden diz que ainda há tempo para evitar uma guerra regional, a administração norte-americana tem noção de que, perante o que Israel já fez ao Hezbollah no Líbano, o Irão há de fazer alguma coisa".
Mas o que é que pode fazer? O comentador, que ressalva que Teerão "não quer uma guerra", explica que Washington teme que o Irão e várias milícias pró-iranianas, no Iraque e na Síria, ataquem alvos norte-ameicanos de interesse.
Defende ainda que, com os ataques contra o Hezbollah, no Líbano, Netanyahu está a "reforçar-se de forma interna porque estava a perder apoio com o que está a fazer em Gaza".
Os Estados Unidos e Israel têm como objetivo anular o programa nuclear do Irão, mas as eleições norte-americanas poderão ter influência nesta matéria:
"Nesse sentido, Netanyahu estará a contar com os EUA de Trump porque esse sim estará disposto a ir bem em cima dos iranianos."
Com 40.000 tropas na região, Washington, que não adianta números, diz Germano Almeida, prepara um reforço de efetivos no Médio Oriente.
Da Jordânia chega-nos a notícias de que, se Israel permitir a criação do Estado da Palestina, os países árabes garantirão a segurança de Telavive. O quer isto dizer?
O comentador afirma que as nações que se mostram disponíveis para aceitar este acordo mostram preocupação pelo que acontece na região.
"Não há, neste momento, condições políticas internas para isso porque o Governo que manda em Israel tem o domínio de uma via que não passa pelos dois Estados e, sobretudo, pelas questões das guerras enquanto isso acontecer."
Vinca que com esta proposta, os países árabes demonstram "que não querem o escalar da guerra" e lembra:
"Esses são países sunitas, portanto são países que, embora não possam numa fase como esta estar do lado de Israel, também não estão do lado do Irão. Querem tudo menos estar do lado do Irão."
Esta segunda-feira, o primeiro-ministro russo reúne-se com o Presidente do Irão, o que, segundo Germano Almeida, revela "o lado" em que Moscovo está.