Mundo

Borrell questiona estados-membros da UE sobre aplicação de sanções a ministros israelitas

Em declarações aos jornalistas, Josep Borrell disse que questionou os Estados Membros da União Europeia sobre a aplicação de sanções a Ministros Israelitas e falou, também, sobre o levantamento das restrições relativas ao uso de armamento na Ucrânia que diz ser a única forma de Kiev defender-se dos bombardeamentos de Moscovo.

Thierry Monasse / GETTY IMAGES

Rita de Sousa

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, disse esta quinta-feira que já começou a questionar os Estados Membros sobre a aplicação de sanções a ministros israelitas devido a mensagens de ódio contra a Palestina.

“Iniciei o procedimento para perguntar aos Estado-membros se consideram apropriado incluir na nossa lista de sanções alguns ministros israelitas que têm lançado mensagens de ódio. Mensagens de ódio inaceitáveis contra os palestinianos e que propõem coisas que vão claramente contra o Direito Internacional e incitam a cometer crimes de guerra”, disse Borrell. 

A inclusão de ministros israelitas na lista de sanções da UE, depois de já incorporar colonos israelitas na Cisjordânia, é uma intenção que Josep Borrell já manifestou há algum tempo, mas de difícil aceitação por parte dos Estados-membros.

O alto representante recordou que há ministros, como o dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, que disseminam "mensagens de ódio", e que são "inaceitáveis.

“Precisamos levantar as restrições à utilização de armamento contra alvos militares russos”

Josep Borrell falou, também, sobre o levantamento das restrições relativas ao uso de armamento na Ucrânia. O Alto Representante da União Europeia (UE)  disse que só assim Kiev poderá defender-se dos bombardeamentos de Moscovo. 

“Precisamos levantar as restrições à utilização de armamento contra alvos militares russos, em conformidade com o Direito Internacional”, explicou Borrell. 

O chefe da diplomacia comunitária recordou que, durante o verão, tem apoiado esta possibilidade. “O armamento que estamos a fornecer à Ucrânia tem de ser utilizado em pleno e as restrições têm de ser levantadas para que os ucranianos possam atingir os locais  de onde a Rússia os está a bombardear. Caso contrário, o armamento é inútil”, afirmou o chefe da diplomacia europeia. 

“Se as decisões forem tomadas, a Ucrânia tem êxito no terreno”

À chegada à mesma reunião, o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmitry Kuleba, instou a UE a levantar as restrições à utilização de armas cedidas à Ucrânia para serem usadas em território russo. 

“Se nos for fornecida uma quantidade suficiente de mísseis, se nos for permitido atacar, diminuiremos significativamente a capacidade da Rússia de infligir danos às nossas infraestruturas críticas. E melhoramos a situação das nossas forças no terreno. Por isso, aqueles que tentam culpar a Ucrânia por não estar a ter êxito suficiente, devem sempre lembrar-se de que o sucesso da Rússia depende de uma coisa, da preparação dos parceiros para tomarem decisões corajosas”, disse Dmytro Kuleba, ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia. 

Acrescentou, ainda, que "se as decisões forem tomadas, a Ucrânia tem êxito no terreno. Se não forem tomadas, não se queixem da Ucrânia, queixem-se de vós mesmos”.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE estão esta quinta-feira reunidos em Bruxelas para discutir a crise na Venezuela, Médio Oriente e Ucrânia. Fonte da Comissão Europeia, disse à Agência Lusa que o primeiro tópico da reunião vai ser o conflito na Ucrânia, que começou há mais de dois anos e meio.

Com Lusa

Últimas