Em La Guaira, no norte da Venezuela, Nicolás Maduro inaugurou uma estátua do mentor Hugo Chávez e celebrou a validação da sua reeleição pelo Supremo Tribunal.
“Hoje, a Divisão eleitoral do Supremo Tribunal de Justiça, depois de um trabalho técnico, científico, profissional e jurídico, baseado nas leis como poder judicial da nação, emitiu uma decisão histórica e contundente. E nós dizemos, a partir das ruas de La Guaira e da Venezuela: palavra santa. Que haja paz”, exclamou Nicolás Maduro, presidente da Venezuela.
Sem as atas da votação de 28 de julho, o Supremo Tribunal da Venezuela, com juízes escolhidos pelo parlamento onde Maduro tem a maioria, confirmou os resultados já anunciados, e que são contestados há 4 semanas nas ruas.
“Nicolás Maduro Moros foi eleito Presidente da República Bolivariana da Venezuela para o período constitucional 2025 - 2031. Fica assim decidido”, informou Caryslia Rodríguez, presidente do Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela
Os juízes criticaram o candidato da oposição que mantém a reivindicação de vitória com 70 por cento dos votos. Edmundo González contestou de imediato a decisão judicial.
“Nenhuma decisão judicial vai impedir a verdade do que aconteceu a 28 de julho, nem está acima da soberania popular. A tentativa de judicializar os resultados eleitorais não altera a verdade, ganhámos por esmagadora maioria e temos as atas que o comprovam”, diz Edmundo González, candidato presidencial venezuelano.
“Sr. Edmundo González Urrutia, olha-me nos olhos, cobarde, onde estás cobarde? Desafio-o a enfrentar-me nas ruas deste país, seu criminoso, assassino, terrorista”, afirmou Nicolás Maduro.
Na capital Caracas, houve manifestações de apoio a Maduro. E uma nova declaração de lealdade absoluta das Forças Armadas. Os Estados Unidos consideraram que falta credibilidade à validação judicial.
Reprimida pelas autoridades, a contestação dos resultados eleitorais provocou já centenas de vítimas e milhares de detenções. Agravou uma das maiores vagas migratórias do mundo. A crise política, económica e social levou nos últimos anos à fuga de mais de 7 milhões de venezuelanos.