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Sebastião Bugalho: "Foi o cinismo que prolongou a situação na Venezuela"

O eurodeputado do PSD, Sebastião Bugalho, esteve nos estúdios da SIC Notícias para comentar a situação política na Venezuela. Na sua opinião é preciso garantir que as atas eleitorais são divulgadas e avaliadas por observadores internacionais independentes.

Mariana Jerónimo

As eleições na Venezuela do passado domingo continuam a suscitar dúvidas por parte da maioria da comunidade internacional e dentro do próprio pais. Num clima de tensão marcado por vários protestos, os manifestantes acusam Nicolás Maduro de fraude e manipulação eleitoral. O eurodeputado do PSD, Sebastião Bugalho, que recentemente foi impedido de entrar em território venezuelano, esteve nos estúdios da SIC Notícias para comentar o cenário de tensão no país.

O reeleito presidente da Venezuela tem feito inúmeros esforços para impedir que as atas eleitorais fossem divulgadas, embora já tenha voltado atrás na sua decisão. Para Sebastião Bugalho, enquanto Nicolás Maduro tiver o apoio das forças militares, a sua "situação interna estará segura".

O eurodeputado do PSD recorda que o Centro Carter, que acompanhou como observador a eleição de domingo, foi convidado pelo próprio Nicolás Maduro. Agora a mesma instituição veio dizer que o sufrágio não foi transparente nem democrático e que a Comissão Nacional de Eleições violou várias das leis do país.

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"Nós não podemos ter um presidente brasileiro que foi vitima de um adversário que não queria reconhecer a validade das suas eleições, a vir validar um resultado que toda a gente tem dúvidas. É de uma ironia que só o cinismo o justifica", defende Sebastião Bugalho.

Na terça-feira, o presidente brasileirocomentou pela primeira vez a polémica em redor das eleições no país vizinho. Lula da Silva manteve o silêncio sobre qual o candidato que iria apoiar e defendeu apenas que a solução para o impasse politico passaria pela apresentação das atas eleitorais.

Ainda assim "minimizou" a situação venezuelana ao considerar que apenas se trata de um "processo normal".

Posicionamento de Portugal e da União Europeia

Na opinião de Sebastião Bugalho, Portugal enquanto Estado-membro da União Europeia, tem a "obrigação de manter o equilíbrio".

"Não podemos menosprezar a transparência de um ato eleitoral porque há um 'mas' ou um 'se' a seguir. Não há um 'mas' a seguir à palavra democracia, não há um 'se' a seguir à transparência de um ato eleitoral. Porque senão já não somos democratas, somos cínicos", reforça.

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"[É preciso] Proteger e isolar as atas depois delas estarem compiladas e garantir que há observadores independentes internacionais que consigam ter acesso e fazer uma avaliação imparcial desta eleição, volta a defender o eurodeputado do PSD.
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