O julgamento do jornalista norte-americano Evan Gershkovich, acusado de espionagem na Rússia, arrancou esta quarta-feira em Ekaterinburg, na região dos Montes Urais, na Rússia.
Gershkovich é acusado de ter recolhido informações sobre uma fábrica de tanques russa para os serviços secretos norte-americanos CIA.
O julgamento do jornalista do Wall Street Journal, de 32 anos, detido em março de 2023, vai decorrer à porta fechada, o que significa que os meios de comunicação social serão excluídos e não será permitida a entrada de amigos, familiares ou funcionários da embaixada dos EUA.
Gershkovich arrisca pena até 20 anos de prisão
Evan Gershkovich, repórter do The Wall Street Journal, foi detido pelo FSB (serviços secretos russos, herdeiros do soviético KGB) durante uma reportagem em Ekaterinburg e arrisca uma pena até 20 anos de prisão.
O jornalista rejeita as acusações de espionagem, assim como o fazem os EUA, o jornal em que trabalha, o seu círculo próximo e a sua família.
Em comunicado, o jornal The Wall Street Journal condenou o que considerou tratar-se de "uma farsa escandalosa" da Justiça e apelou ao Governo dos Estados Unidos para que "ajude a garantir a libertação imediata" do jornalista.
Gershkovich está na prisão de Lefortovo, em Moscovo, conhecida pelas duras condições e o prazo da prisão preventiva termina no próximo dia 30.
Gershkovich é o primeiro repórter norte-americano a ser detido sob acusação de espionagem na Rússia desde setembro de 1986, quando Nicholas Daniloff, correspondente em Moscovo do U.S. News and World Report, foi detido pelas autoridades de segurança russas.