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Zelensky pronto para negociar com Putin “amanhã” e apela a ajuda de Brasil e China

O chefe de Estado da Ucrânia impõe como condição única a retirada das tropas russas do território ucraniano. Está também disponível para ouvir as ideias de países amigos da Rússia sobre a resolução do conflito.

Rita Carvalho Pereira

O presidente da Ucrânia afirmou, este domingo, que está disponível para negociações de paz imediatas com Moscovo, se a Rússia retirar as tropas da Ucrânia.

“A Rússia pode começar a negociar connosco amanhã, sem mais demoras, desde que se retire do nosso território. É isso que significa o respeito pela carta das Nações Unidas”, declarou Volodymyr Zelensky, no final da cimeira de paz da Ucrânia, que decorreu, este fim de semana, na Suíça.

Zelensky afirmou ainda que a China deve comunicar diretamente a Kiev as propostas de paz para acabar com a guerra com a Rússia, em vez de fazê-lo através de meios de comunicação.

“Gostaria que fossem apresentadas propostas do lado chinês no âmbito do nosso diálogo”, declarou o presidente ucraniano. “Não consigo perceber as propostas feitas na comunicação social. Não é correto.”

O chefe de Estado da Ucrânia sublinha, contudo, acreditar mesmo que a China pode ser uma “ajuda”, assim como o Brasil.

“Quando o Brasil e a China se juntarem aos princípios que aqui uniram os países civilizados, teremos todo o prazer em ouvir as suas ideias, mesmo que, por vezes, elas não estejam alinhadas com o que a maioria dos outros países pensa. Não há problema. Interessa ouvirmo-nos uns aos outros e unir esforços para acabar com a guerra”, sublinhou.

A Cimeira para a Paz na Ucrânia, que decorreu na Suíça, terminou este domingo. O comunicado final pede que todas as partes do conflito estejam envolvidas no alcance da paz e reafirma os princípios da soberania, da independência e da integridade territorial da Ucrânia. São também estabelecidos princípios em relação à segurança nuclear, à segurança alimentar e ao regresso a território ucraniano de prisioneiros de guerra e de crianças deslocadas ilegalmente para a Rússia.

Houve, no entanto, vários países que não assinaram o documento que saiu do encontro - entre eles países do BRICS, como a Índia e a África do Sul, que mantém relações próximas com a Rússia.

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