O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, vítima de um atentado em meados de maio, indicou estar preparado para retomar funções no final de junho. O anúncio foi feito na quarta-feira.
Num vídeo publicado na rede social Facebook, o primeiro que divulga desde que foi atingido por diversas balas em plena via pública, Robert Fico, 59 anos, declarou que perdoava ao atacante e anunciou que retomaria progressivamente as suas funções a partir do final de junho.
No entanto, também acusou os seus opositores de fomentarem o "ódio" que conduziu a uma fracassada tentativa de assassinato.
"Não mantenho qualquer ódio face ao desconhecido que me atingiu", declarou Fico, segundo a tradução inglesa do vídeo, aparentando calma mas com longas pausas na sua alocução.
"Perdoo-lhe e deixo-o refletir, na sua própria cabeça, sobre o que fez e porque o fez", acrescentou.
Segundo o chefe de Governo, o atirador não é um "louco" mas alguém que se tornou "mensageiro do mal e do ódio político" fomentados pela oposição na Eslováquia.
Robert Fico foi atingido em 15 de maio por quatro balas disparadas à queima-roupa, em particular no abdómen, num momento em que saudava apoiantes à saída de uma reunião governamental na cidade de Handlova, centro do país.
O presumível atirador, identificado pelos 'media' eslovacos como o poeta Juraj Cintula, 71 anos, foi acusado de tentativa de homicídio com premeditação e colocado em prisão preventiva.
Fico foi transportado para um hospital da cidade de Banska Bystrica, onde foi submetido a duas longas intervenções cirúrgicas.
O primeiro-ministro eslovaco permaneceu em convalescença antes de ser transferido em 31 de maio para a sua casa, onde prosseguiu a recuperação.
"Se tudo decorrer como previsto, poderia retomar progressivamente o trabalho no decurso dos meses de junho e julho", precisou Fico.
A maior parte da sua mensagem de vídeo de 14 minutos foi consagrada a uma defesa rigorosa das suas opiniões e acusações contra os adversários políticos, os 'media' críticos e organizações não-governamentais.
"A oposição foi incapaz de avaliar (...) até onde a sua política agressiva e de ódio conduziu uma parte da sociedade, e era uma questão de tempo até ocorrer uma tragédia", disse.
"Caso a situação não se altere, o horror do 15 de maio vai prosseguir, com outras vítimas. Não duvido um segundo", insistiu.
Robert Fico regressou ao poder após as eleições legislativas de 2023. Tinha já dirigido o Governo de 2006 a 2010 e de 2012 a 2018.