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Coreia do Norte acusa EUA e Coreia do Sul de intimidação com exercício militar

A Coreia do Norte afirma que os Estados unidos e a Coreia do Sul se aproveitaram de um exercício militar anual para tentarem intimidar o país.

Ahn Young-joon

Lusa

A Coreia do Norte acusou hoje os Estados Unidos e a Coreia do Sul de tentarem intimidar o país com a realização de um exercício militar anual, que começou na segunda-feira.

Um porta-voz do Ministério da Defesa Nacional norte-coreano criticou "os frenéticos exercícios de guerra dos fantoches da República da Coreia e das forças servis lideradas pelos EUA".O Ministério disse que as manobras "contrastam fortemente com uma realidade em que a República Popular Democrática da Coreia mobiliza forças militares em grande escala para a construção económica e a melhoria do bem-estar do povo".

Numa coluna publicada pela agência de notícias estatal norte-coreana KCNA, o porta-voz acrescentou que o exercício "confirma novamente quem é a fonte da instabilidade regional e demonstra mais claramente quem é o criminoso mor que ameaça a humanidade com armas nucleares". A Coreia do Norte acusa frequentemente os aliados de usarem estes exercícios como um ensaio para invadir o território norte-coreano, embora tanto os Estados Unidos como a Coreia do Sul insistam que se tratam de manobras "puramente defensivas".

“Exercícios de guerra em grande escala organizados pelo Estado com o maior arsenal nuclear do mundo e mais de 10 Estados satélites contra um Estado na península coreana, onde uma guerra nuclear pode começar com uma única faísca, nunca podem ser descritos como 'defensivos”

“Escudo da Liberdade”

Esta edição dos exercícios bianuais, chamados "Escudo da Liberdade", vai contar até 11 de março com 13 países, incluindo Austrália, Bélgica, Canadá, Colômbia, França, Reino Unido, Grécia, Itália, Nova Zelândia, Filipinas e Tailândia. Todos estes países fazem parte da coligação internacional, sob a égide da ONU e liderada pelos EUA, que defendeu a Coreia do Sul da invasão por parte do Norte, que deu início à Guerra da Coreia (1950-53).

Pyongyang disse que estas manobras mostram de "forma cada vez mais evidente a ameaça militar a um Estado soberano e a intenção de o invadir" e apelou para o "fim de ações que causam ainda mais provocação e instabilidade". O Ministério garantiu que a Coreia do Norte vai continuar a "realizar atividades militares de forma responsável para controlar com firmeza o instável ambiente de segurança na península".

Diminuir a tenção

Em janeiro, Pyongyang anunciou que ia abandonar um tratado militar assinado em 2018 com a Coreia do Sul para reduzir a tensão fronteiriça. O líder norte-coreano, Kim Jong-un afirmou, na altura, que a península está "cada vez mais perto de um conflito armado" e mais tarde ordenou a retirada de símbolos de reconciliação com a Coreia do Sul, apelidada de "inimigo principal invariável" e "fantoche de primeira classe".

Desde que chegou ao poder em 2022, o Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, reforçou a cooperação na defesa com os EUA e o Japão, sobretudo através de manobras conjuntas alargadas.

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