Pela primeira vez, a Saúde Pública está em foco na 33.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28). O aumento da temperatura global ameaça destruir décadas de progresso desta área da medicina.
Na cimeira do clima das Nações Unidas, médicos protestaram contra o uso de combustíveis fósseis, pedindo a paragem imediata.
Segundo os especialistas, os incêndios estão a tomar cada vez maiores proporções, e o fumo e a poluição a fazer aumentar os problemas respiratórios.
“Quando o planeta está doente, a saúde humana está em risco”, alertam.
“Eu sou médica e vi em primeira mão, o primeiro impacto das alterações climáticas na saúde. Vimos um surto de internamentos devido aos malefícios do calor, exaustão, risco acrescido de doenças cardiovasculares, doenças mentais”, afirma a presidente da Associação Médica Mundial, Lujain Alqodmani.
Já tiveram lugar 27 conferências sobre o clima, e o tema da Saúde Pública nunca foi seriamente tratado.
Com o aumento do calor, o número de mortos acima dos 65 anos subir 75% nas últimas duas décadas. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, 7 milhões de pessoas morrem todos os anos devido à poluição atmosférica.
“A alteração dos padrões climáticos provocada pela atividade humana, e pela queima de combustíveis fósseis, está a contribuir para o número recorde de surtos de cólera. E o aquecimento do nosso planeta está a expandir o alcance dos mosquitos que transportam agentes patogénicos perigosos como o dengue, chikungunya, zika e febre-amarela para locais que nunca os tinham enfrentado”, defende o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom.
As populações estão cada vez mais vulneráveis aos problemas respiratórios e de saúde geral. A crise do clima é também uma crise de saúde.