Começou nesta quinta-feira, no Dubai, a mais importante cimeira sobre o clima. Mas é mais uma vez um desespero angustiante, porque a COP28 está já marcada pela polémica e pela desconfiança.
Sultan al-Jaber é a figura que simboliza a controvérsia da cimeira. Preside à COP28 e, ao mesmo tempo, a uma petrolífera estatal dos Emirados Árabes Unidos. Uma investigação da BBC revelou que o país anfitrião se preparava, através do presidente da cimeira, para usar o evento para fechar acordos comerciais de gás natural e petróleo.
Sultan al-Jaber desmentiu, mas o conflito de interesses alimenta a pouca expetativa e a desconfiança das organizações não governamentais.
A cimeira começa com mais um apelo urgente.
“O estado do clima global em 2023 é sombrio e evidente. As coisas estão a acontecer tão depressa, que a um mês do fim do ano podemos declarar que 2023 é o ano mais quente registado na história da humanidade. Os níveis do mar atingiram máximos históricos e a subida está a acelerar. As temperaturas da superfície do mar atingiram um máximo histórico”, alertou António Guterres.
O aviso é para os líderes mundiais que se juntam no Dubai, na tentativa de chegar a novo pacto climático. O primeiro dia ficou marcado pela criação de um fundo para compensar os países mais pobres e vulneráveis pelos efeitos das alterações climáticas.
A partir de sexta-feira, os líderes mundiais discursam no principal palco da COP. António Costa vai falar sábado.