Joe Biden garantiu esta sexta-feira que os Estados Unidos estão empenhados em travar o Hamas e Vladimir Putin, que intitulou de “terroristas” e “ditador”. Num discurso à nação, o chefe de Estado norte-americano falou num momento que vai definir as próximas décadas.
“Estamos a enfrentar um momento em que as decisões que tomarmos hoje vão definir as próximas décadas”, começou por dizer.
É por isso que, esta sexta-feira, Joe Biden enviará ao Congresso um pedido urgente de financiamento, naquilo que classificou como um “compromisso inédito” dos Estados Unidos para com Israel e a Ucrânia.
“Os EUA e os seus aliados estão à procura de construir um futuro melhor para o Médio Oriente. (...) Temos que garantir que Israel tem o que precisa para proteger o seu povo. Queremos impedir que este conflito se espalhe. O povo em Gaza precisa de comida, água, assistência humanitária”, afirmou.
Desistir da paz está fora de questão
Por várias vezes, Joe Biden lamentou o sofrimento que o povo palestiniano tem sofrido às mãos do Hamas, sublinhando que “não há limite à perversidade quando se quer magoar alguém”.
“O Hamas não representa o povo palestiniano. (...) Não podemos desistir da paz. Israel e os palestinianos merecem viver em paz, com dignidade”, disse Biden, que voltou a defender a solução de dois Estados.
Alertou, no entanto, que Israel não deve ficar “cego pela vingança”.
Hamas e Putin: “terroristas e ditador”
Num discurso partilhado entre a guerra na Ucrânia e o conflito em Israel, Joe Biden dirigiu duras palavras ao Presidente da Rússia, intitulando-o de “ditador” com um apetite indomável.
“Não nos esquecemos das valas comuns, das violações, dos milhares de crianças roubadas aos pais e levadas para a Rússia. O Hamas e Putin representam ameaças diferentes, mas partilham a vontade de aniquilar a Democracia”, sublinhou.
“Se não travarmos o apetite de Putin pela Ucrânia, ele não se ficará pela Ucrânia”, alertou ainda.
O que a história nos mostra
Antevendo perguntas dos norte-americanos sobre a relevância destas guerras para os EUA, Joe Biden apressou-se a explicar: “quando terroristas e ditadores não pagam o preço pelo seu terror e agressões, causam mais caos e mortes e o custo para a América e para o mundo sobe”.
“Sabemos que os nossos adversários estão a observar as nossas decisões. Arriscamos que o conflito se espalhe a outras partes do mundo”, acrescentou.
EUA são “um farol para o mundo”
No final do discurso, Joe Biden recordou a viagem que fez à Ucrânia no início do ano.
“Quando encontrei Zelensky, não me senti sozinho. Levei comigo a ideia e a promessa que representam a América: liberdade. Quando caminhei por Kiev, sob o som das sirenes, senti que a América é um farol para o mundo, uma nação indispensável”.
Um último alerta: o tempo é limitado
Numa declaração dirigida ao Congresso, Joe Biden pediu que não se coloque a “política disparatada” à frente da ajuda que os povos ucraniano e israelita necessitam, numa referência ao pedido de financiamento que apresentará esta sexta-feira e que deverá rondar os 100 mil milhões de dólares.
O chefe de Estado norte-americano aproveitou ainda o discurso à nação para dirigir atenções para ‘dentro’. Biden avisa que a islamofobia está a aumentar e relembra que os EUA são “uma nação de liberdade”.
“Quero dizer-vos isto: somos todos americanos, todos. Somos uma nação de liberdade religiosa. Não vamos esquecer-nos de quem somos: rejeitamos qualquer forma de ódio. isso é o que as grandes nações fazem”.