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“Assédio chinês”: Taiwan deteta 24 aviões militares chineses na zona de defesa aérea

A China diz que mantém a firme vontade de reintegrar a ilha de Taiwan mas que pretende fazê-lo de forma pacífica.

Bombardeiro chinês PLA J-16.
AP/ Arquivo

SIC Notícias

O Ministério da Defesa de Taiwan afirmou hoje que foram detetados 24 aviões da Força Aérea chinesa nas últimas 24 horas na zona de defesa aérea de Taiwan, uma operação regular que Taipei chama “assédio chinês”.

Pelo menos 17 aviões cruzaram a linha mediana do Estreito de Taiwan, de acordo com um mapa publicado pelo ministério, segundo a agência Reuters.

A linha mediana servia como uma barreira não oficial entre os dois lados até que a força aérea da China começou a cruzá-la regularmente no ano passado.

China salienta "firme vontade" de recuperar Taiwan

A China advertiu esta quinta-feira, nas Nações Unidas, para que as outras nações não subestimem a sua "firme vontade" em relação a Taiwan, garantindo ao mesmo tempo que Pequim prefere uma reunificação pacífica.

O vice-presidente chinês, Han Zheng, sublinhou na Assembleia Geral da ONU a posição da China de que Taiwan é uma "parte inalienável" da China.

"Ninguém deve subestimar a forte determinação, vontade firme e poder do povo chinês para garantir a sua soberania e integridade territorial. Alcançar a reunificação completa da China é uma aspiração de todos os filhos e filhas da nação chinesa", acrescentou.

Han Zheng garantiu que Pequim continuará a "trabalhar pela reunificação pacífica com grande sinceridade e esforço".

Quase todos os Estados reconhecem Pequim e não Taipé, mas os Estados Unidos são o aliado mais poderoso da ilha e, nomeadamente, fornecem-lhe apoio militar substancial.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.

Algumas autoridades norte-americanas expressaram preocupação com o desejo da China de recuperar a ilha à força, especialmente se Taiwan declarar formalmente a independência.

Os especialistas acreditam que Pequim poderia aprender lições com a Ucrânia, um ano e meio após a invasão russa.

China tenta ser neutra no conflito Rússia-Ucrânia

Relativamente a este conflito na Ucrânia, a China está a tentar posicionar-se como um país neutro, apesar do seu apoio declarado ao Kremlin.

Han Zheng apelou à "cessação das hostilidades e à retoma das negociações de paz" na Ucrânia.

"A China apoia todos os esforços conducentes a uma resolução pacífica da crise ucraniana e está pronta para continuar a desempenhar um papel construtivo" rumo à paz, assegurou.

O vice-presidente chinês reuniu-se com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, no início desta semana, num novo esforço para acalmar a conturbada relação entre as duas potências.

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