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EUA deixam apelo aos líderes do golpe de Estado no Gabão

Esta quarta-feira, um grupo de militares anunciou na televisão o cancelamento das eleições que reelegeram o Presidente Ali Bongo e a dissolução de todas as instituições democráticas. Militares disseram que as fronteiras estavam "encerradas até nova ordem".

Betiness Mackosso

SIC Notícias

Lusa

Os Estados Unidos instaram os líderes do golpe militar do Gabão a preservarem o regime civil, um dia depois destes anunciarem a tomada do poder após a reeleição do Presidente, Ali Bongo.

"Os Estados Unidos estão profundamente preocupados com os acontecimentos no Gabão. Continuamos a opor-nos firmemente às tomadas de poder militares ou às transferências inconstitucionais de poder", declarou o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Matthew Miller, num comunicado divulgado na quarta-feira à noite.

Miller apelou aos responsáveis pelo golpe de Estado para que libertem e garantam a segurança dos membros do Governo e a "todos os intervenientes para que mostrem contenção e respeito pelos direitos humanos".

Embora o porta-voz tenha manifestado preocupação com a falta de transparência e com os relatos de irregularidades em relação às eleições, afirmou que o caminho a seguir era abordar "as preocupações de forma pacífica, através do diálogo".

Na quarta-feira, um grupo de militares do Gabão anunciou na televisão o cancelamento das eleições que reelegeram o Presidente, Ali Bongo, e a dissolução de todas as instituições democráticas.

o Presidente do Gabão, Ali Bongo Ondimba
Julien de Rosa

Os militares disseram que as fronteiras do Gabão estavam "encerradas até nova ordem".

Horas antes, o Centro Eleitoral do Gabão tinha divulgado na televisão estatal, sem qualquer anúncio prévio, os resultados oficiais das presidenciais, ganhas pelo Presidente, Ali Bongo Ondimba (64,27%), no poder há 14 anos, derrotando o principal rival, Albert Ondo Ossa (30,77%).

O anúncio foi feito numa altura em que o Gabão estava sob recolher obrigatório e com o acesso à Internet suspenso em todo o país, medidas impostas pelo governo no sábado, dia das eleições.

STRINGER

A junta militar no poder nomeou "Presidente de transição" o general Brice Oligui Nguema, pondo fim à dinastia da família Bongo, que liderava o país, rico em petróleo e membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), há 55 anos.

Ali Bongo Ondimba, que sucedeu ao pai em 2009, encontra-se sob prisão domiciliária.

O golpe de Estado foi condenado por vários países e organizações internacionais.

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