O ex-Presidente de Angola continua internado numa clínica em Barcelona, mas o Expresso sabe que a situação complicou-se nas últimas 24 horas e de forma “irreversível”. José Eduardo dos Santos tem 79 anos.
“Está nas últimas”. Foi desta forma que uma fonte do gabinete de José Eduardo dos Santos, que está em contacto com a clínica em Barcelona, qualificou a evolução do estado de saúde do ex-presidente de Angola nas últimas 24 horas.
Os resultados dos exames de tomografia realizados esta segunda-feira dão conta de graves lesões isquémicas no cérebro, que ainda não tinham sido detetadas.
“De ontem para hoje a situação agravou-se consideravelmente e sendo a sua situação praticamente irreversível, devemos agora estar preparados para o pior”, adiantou ao semanário Expresso a mesma fonte.
No final da semana passada, o ex-chefe de Estado sofreu uma queda na sua casa na capital catalã, onde vivia desde abril de 2019, e estava deste então internado e em coma induzido na unidade de cuidados intensivos do Centro Médico Teknon, em Barcelona.
A equipa médica do Centro Teknon deverá reunir-se a qualquer momento para comunicar à família a irreversibilidade da situação clínica de Eduardo dos Santos.
José Eduardo dos Santos tem 79 anos e padece de problemas de saúde há vários anos, sendo acompanhado em Barcelona, numa das melhores clínicas do mundo, desde 2006.
Eduardo dos Santos esteve infetado com covid-19 em maio desde ano, o que levou a um internamento prolongado na clínica catalã.
Saiu apenas da sua residência para uma breve visita à filha Isabel dos Santos no Dubai, em 2020 e uma deslocação a Angola no ano passado, onde esteve cerca de seis meses. Regressou a Barcelona em março deste ano.
Um dos presidentes que esteve mais tempo no poder
Eduardo dos Santos governou Angola entre 1979 e 2017, tendo sido um dos presidentes a ocupar por mais tempo o poder no mundo e era regularmente acusado por organizações internacionais de corrupção e nepotismo.
Em 2017, renunciou a recandidatar-se e o atual Presidente, João Lourenço, sucedeu-lhe no cargo, tendo sido eleito também pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que governa no país desde a independência de Portugal, em 1975.