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Presidente palestiniano acusa Israel de ser “totalmente responsável” pela morte da repórter da Al Jazeera

Autoridade Palestiniana “vai recorrer ao Tribunal Penal Internacional para perseguir os criminosos”.

O presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, acusou hoje as autoridades israelitas de serem “totalmente responsáveis” pelo assassínio da repórter da Al Jazeera, Shireen Abu Akleh, na quarta-feira.

“Rejeitamos a investigação conjunta com as autoridades de ocupação israelitas porque elas cometeram o crime e porque não confiamos nelas”, disse Abbas durante uma cerimónia oficial de homenagem a Abu Akleh em Ramallah.

Abbas acrescentou que a Autoridade Palestiniana “vai recorrer imediatamente ao Tribunal Penal Internacional para perseguir os criminosos”.

Israel anunciou uma investigação para tentar determinar quem matou a repórter, argumentando que um atirador palestiniano pode ter disparado o tiro fatal durante os confrontos em Jenin. A Autoridade Palestiniana rejeitou a proposta de investigação conjunta.

Shireen Abu Akleh, uma das jornalistas mais reconhecidas do canal televisivo do Catar Al Jazeera, foi morta a tiro, na manhã de quarta-feira, enquanto cobria uma operação do exército israelita numa área tensa da Cisjordânia ocupada.

De acordo com o Ministério da Saúde palestiniano, a jornalista morreu depois de uma bala disparada pelo exército israelita a ter atingido no rosto, apesar de usar colete à prova de bala e capacete que a identificavam como repórter em serviço.

Por sua vez, o Exército israelita alegou que os soldados responderam ao fogo palestiniano e admitiu a hipótese de a jornalista ter sido atingida por uma bala das forças de segurança da Palestina.

A Al Jazeera classificou a morte de Shireen Abu Akleh como um “assassínio a sangue frio” pelo qual responsabilizou o Governo israelita e as forças de ocupação na Cisjordânia.

A diplomacia da UE, o Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU e a organização não-governamental internacional Repórteres Sem Fronteiras (RSF) pediram uma “investigação exaustiva e independente” ao assassínio da jornalista e a responsabilização dos culpados.

Guterres pede investigação independente

O secretário-geral da ONU disse estar “horrorizado com o assassínio” da jornalista palestiniana Shireen Abu Akleh, e pediu uma investigação “independente e transparente” ao incidente na Cisjordânia ocupada.

António Guterres pediu às “autoridades competentes” que “assegurem que os responsáveis prestam contas”, de acordo com um comunicado emitido na quarta-feira pelo porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas Farhan Haq.

O responsável português deixou uma condenação a “todos os ataques e assassínios de jornalistas”, salientando que estes “nunca devem ser alvo de violência e que os trabalhadores dos ‘media’ devem poder trabalhar livremente e sem assédio, intimidação ou medo”.

Contudo, Guterres não anunciou qualquer ação concreta da ONU em relação ao incidente.

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