O Conselho de Segurança da ONU deve realizar uma reunião de emergência à porta fechada, na tarde desta terça-feira, para discutir o golpe de Estado no Sudão, disseram hoje à agência de notícias AFP diplomatas.
A sessão foi solicitada por seis países ocidentais, Reino Unido, Irlanda, Noruega, Estados Unidos da América (EUA), Estónia e França, adiantaram as fontes.
Durante uma conferência de imprensa, através de videoconferência, o enviado da ONU no Sudão, o alemão Volker Perthes, havia indicado que esperava expor a nova situação do país africano no Conselho de Segurança na terça-feira.
Volker Perthes aguardava que os 15 Estados-membros demonstrassem união mais uma vez, enfatizando que as suas declarações foram levadas "bastante a sério" por responsáveis sudaneses durante dois anos.
Os Estados-membros do Conselho de Segurança da ONU estão a considerar pedir aos seus parceiros a adoção de uma declaração conjunta, referiram os diplomatas contactados pela AFP.
O objetivo da reunião é ter o apoio de todos os Estados-membros do Conselho de Segurança, lembrou um diplomata à agência de notícias francesa, alertando que não é certo que a Rússia e a China aprovem.
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Militares prenderam primeiro-ministro do Sudão por não apoiar golpe de Estado
O primeiro-ministro do Sudão, Abdalla Hamdok, foi preso por militares depois de ter recusado fazer uma declaração de apoio ao golpe de Estado em curso no país.
A notícia foi avançada pelo Ministério da Informação que garante que há mais políticos detidos, como o ministro da Indústria ou o governador da capital.
Os militares ocuparam as instalações da rádio e da televisão estatal e a internet foi cortada em todo o país. Perante isto, a população saiu à rua em protesto.
Há relatos de confrontos entre os manifestantes e as forças armadas, com os civis a acusarem os militares de dispararem sobre a multidão com munições reais. Mesmo assim, o gabinete do primeiro-ministro apela aos sudaneses para que continuem a manifestar-se.
As Nações Unidas e a União Europeia já apelaram à calma no pais. Exigem a libertação dos detidos e o regresso ao processo de transição do poder.
Um apelo repetido por vários países como os Estados Unidos e a Alemanha.