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Detido o editor-chefe de um jornal online da Bielorrússia

Detenção terá ocorrido na própria casa.

SIC Notícias

Lusa

A publicação 'online' de notícias Hrodna.life, da Bielorrússia, avançou este domingo que o seu editor-chefe, Aliaksei Shota, foi detido pelas autoridades bielorrussas.

Segundo a Associated Press (AP), o portal 'online' cita uma publicação na rede social Facebook da ex-mulher de Shota, em que esta revela que a detenção decorreu na própria casa do editor-chefe do Hrodna.life.

A ex-mulher acrescenta que Aliaksei Shota foi detido por um conjunto de homens não identificados, que se faziam transportar num autocarro.

A publicação 'online' revela ainda não ter existido qualquer declaração da polícia sobre o incidente.

Na sua página eletrónica, o Hrodna.life apresenta-se como um jornal dedicado "à vida" na cidade de Grodno, uma das mais populosas da Bielorrússia.

Aliaksei Shota também colaborou com o portal mais popular do país, o Tut.by, que as autoridades fecharam este mês após terem detido 15 funcionários.

O regime da Bielorússia está sob forte pressão internacional depois de ter mandado desviar um voo comercial e ter tido um jornalista e a namorada que seguiam a bordo.

Desde o incidente do último domingo, os voos europeus estão a ser desviados do espaço aéreo da Bielorrússia, mas o bloqueio da União Europeia não está a evitar que muitos tentem fugir da repressão e do homem que já é conhecido como o último ditador da Europa.

No poder há quase 27 anos, Alexander Lukashenko conquistou o sexto mandato nas eleições presidenciais do ano passado. Venceu com 80% dos votos as eleições que a oposição garante terem sido uma fraude.

EUA anunciam novas sanções contra regime de Lukashenko

Os Estados Unidos anunciaram um novo pacote de sanções económicas contra o regime de Alexander Lukashenko. O presidente da Bielorrússia responde que o Ocidente está a tentar "desestabilizar" o país, mas a pressão internacional não pára de aumentar.

A pressão sobre o regime da Bielorrússia cresce de dia para dia e apesar das manifestações populares na Polónia, Ucrânia e Lituânia e das sanções internacionais, não há sinais de recuo.

Na sexta-feira os Estados Unidos confirmaram a imposição de sanções económicas contra nove empresas estatais bielorrussas.

Os Estados Unidos também pediram uma investigação independente ao desvio do avião da Ryanair e anunciaram que estão a preparar com a União Europeia outras medidas contra vários membros do regime de Alexander Lukashenko.

Mãe de Sofia Sapega apela a ajuda internacional, oposição prepara greve geral

Alexander Lukashenko e Vladimir Putin encontraram-se pela primeira vez desde que a Bielorrússia desviou um avião europeu para deter um jornalista exilado na Lituânia.

No dia da cimeira informal dos ministros da Defesa sob a presidência portuguesa da União Europeia, os 27 lembram que há um pacote de 3 mil milhões de euros à espera de uma Bielorrússia democrática, ao mesmo tempo que estão a ser estudadas as sanções que mais poderão prejudicar o regime de Lukashenko.

Os voos europeus estão a ser desviados do espaço aéreo da Bielorrússia, mesmo os que não têm o país como destino e isso está a causar perturbações no tráfego aéreo.

No dia em que Alexander Lukashenko procura o apoio do maior aliado, Vladimir Putin, na estância russa de Sochi, onde diz ter justificação para o desvio do avião da Ryanair.

Na passada sexta-feira, a mãe da russa Sofia Sapega, a companheira do jornalista, também detida na Bielorrússia pede ajuda internacional para a libertação da filha, enquanto a líder da oposição foi recebida pelo Governo dos Países Baixos. Pediu mais força à União Europeia. Sviatlana Tsikhanouskaya revelou ainda que está a ser preparada uma greve geral na Bielorrússia para paralisar o regime de Alexader Llukashenko.

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