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Bielorrússia. Sassoli convida aeroportos da UE a exporem fotografia de jornalista detido

Presidente do Parlamento Europeu saudou as sanções contra a Bielorrússia.

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SIC Notícias

Lusa

O presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, convidou esta terça-feira os principais aeroportos da União Europeia a exibirem uma fotografia do jornalista detido pelas autoridades bielorrussas após o desvio de um avião e saudou as sanções contra a Bielorrússia.

"Saudamos a indicação de sanções pessoais e direcionadas contra membros do regime da Bielorrússia e também as duas medidas, como o bloqueio de sobrevoos sobre a Bielorrússia para companhias aéreas da UE e o bloqueio de sobrevoos e aterragens na Europa de companhias bielorrussas, em particular, a Belavia", afirmou o italiano em conferência de imprensa no Conselho Europeu.

Ao mesmo tempo, dirigiu um convite aos aeroportos europeus para exibirem uma fotografia do jornalista detido pelas autoridades bielorrussas, Roman Protasevich, e a sua namorada, Sofia Sapega.

"Seria muito bom -- e este é um convite que estou a fazer -, se nos principais aeroportos dos países da UE fosse exposta uma fotografia do Roman [Protasevich] como um sinal, para que a nossa solidariedade não falhe", acrescentou.

O voo 4978 Atenas-Vilnius da Ryanair foi forçado a aterrar na capital da Bielorrússia, Minsk, no domingo, por ordem das autoridades desse país, com o argumento de que estava a ser alvo de uma ameaça de bomba.

O avião, escoltado por um caça Mig-29, pousou no aeroporto de Minsk, onde Roman Protasevich, jornalista e ex-chefe de redação do canal de redes sociais Nexta Live, e a sua namorada, a russa Sofia Sapega, de 23 anos, estudante da Universidade Europeia de Vílnius, foram detidos sob acusação de atividades "extremistas" contra o regime de Lukashenko e obrigados a sair do avião.

Bielorrússia criticada por ter obrigado avião a aterrar

Terrorismo de estado e uma grave violação ao direito internacional. A Bielorrússia está a ser alvo de duras críticas por ter obrigado um avião comercial da Ryanair a aterrar em Minsk com o único objetivo de deter um jornalista que faz oposição ao regime do Presidente Lukashenko.

O que parecia ser um voo regular da Ryanair este domingo à tarde, entre Atenas e a capital da Lituânia, torna-se um caso com consequências ainda por determinar. Ao sobrevoar o espaço aéreo Bielorrusso, o piloto foi instruído para aterrar de emergência na capital, Minsk, por alegada bomba a bordo, uma suspeita que não se veio a comprovar.

Escoltado pela aviação militar bielorussa até ao aeroporto, os 126 passageiros foram obrigados a abandonar o avião. Entre eles estava Roman Protasevich, jornalista oposicionista ao atual regime da Bielorrússia, acompanhado da namorada, Sofia Sapega, russa e estudante na Lituânia. Ambos ficaram detidos. No voo seguiam aparentemente cinco elementos dos serviços secretos bielorussos.

Desde o incidente, as companhias aéreas começaram a evitar o espaço aéreo da Bielorrússia.

A Rússia, principal aliada do regime de Lukashenko já veio dizer que considera hipócritas as reações dos vários países ocidentais.

Líderes da UE concordaram em aumentar as sanções à Bielorrússia

Os líderes europeus concordaram em aumentar as sanções à Bielorrússia. Em causa está o desvio forçado de um voo da Ryanair para Minsk (Bielorrússia) no domingo à tarde, a meio de uma viagem entre Atenas (Grécia) e Vílnius (Lituânia), que culminou com a detenção do jornalista e ativista bielorrusso Roman Protasevich.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, observou que "a opinião no Conselho Europeu foi unânime, [de que] este é um ataque à democracia".

"Trata-se de um ataque à liberdade de expressão e de um ataque à serenidade europeia. E este comportamento ultrajante precisa de uma resposta forte", salientou a líder do executivo comunitário.

O presidente do Conselho Europeu disse que a União Europeia (UE) "não tolera que tentem jogar à roleta russa com vida de civis", condenando o desvio do voo comercial para deter um opositor bielorrusso que seguia a bordo.

"Não toleramos que tentem jogar à roleta russa com a vida de civis inocentes, isso é inaceitável, e a reação de hoje reflete a gravidade dos acontecimentos", afirmou Charles Michel, em Bruxelas.

Falando em conferência de imprensa no final do primeiro dia do Conselho Europeu - depois de os chefes de Governo e de Estado da UE terem decidido avançar com proibições e sanções contra o regime bielorrusso -, o responsável deplorou a "situação absolutamente inaceitável e escandalosa" registada no domingo, com a aterragem forçada de voo da Ryanair em Minsk.

"Tratou-se de uma ameaça à segurança da aviação civil e à segurança internacional", adiantou Charles Michel, vincando ainda que a UE "não respeita" o regime do Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.

Os líderes europeus decidiram na segunda-feira, de forma unânime, "pedir ao Conselho para adotar as medidas necessárias para banir a entrada no espaço aéreo europeu de companhias aéreas da Bielorrússia e impedir o acesso dessas transportadoras aos aeroportos da UE", segundo as conclusões adotadas na ocasião. Decidiram, também, "pedir às companhias aéreas sediadas na UE para evitar sobrevoar a Bielorrússia" e ainda solicitar "ao Conselho para adotar novas sanções económicas específicas". Nessa tomada de posição, os 27 exigiram ainda uma "investigação urgente" por parte da Organização da Aviação Civil Internacional ao incidente, bem como a "libertação imediata" de Roman Protasevich e da sua namorada.

Charles Michel colocou este incidente na agenda da reunião visando a aplicação de pesadas sanções à Bielorrússia, além das já existentes (de, por exemplo, congelamento de bens) contra o Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, e opressores do regime

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