Elton John reagiu esta terça-feira à posição do Vaticano em não abençoar as uniões entre casais homossexuais, alegando que "Deus não pode abençoar o pecado". O músico criticou a postura de "hipocrisia" da Santa Sé, alegando que o Vaticano investiu "milhões" na sua cinebiografia, Rocketman, em 2019.
Casado com o seu parceiro de longa data David Furnish desde 2014, Elton John afirmou no Instagram:
"Como pode o Vaticano recusar-se a abençoar casamentos gay porque eles "são pecado", mas felizmente lucrar ao investir milhões em Rocketman - um filme que celebra a minha descoberta da felicidade com o meu casamento com David? #hipocrisia", escreveu.
Na publicação, o cantor marcou a Igreja Católica e o Papa Francisco. Na imagem surge também a referência a um relatório divulgado por um jornal italiano em 2019, que depois foi difundido por meios norte-americanos, e que revela que o Vaticano investiu no filme biográfico de Elton John, bem como no Men in Black: International.
Vaticano proíbe bênção a casamentos gay
O Vaticano proibiu a bênção a casamentos gay e considera estas relações um pecado. A informação foi avançada pela própria instituição com o aval do Para Francisco.
Seis meses depois de se tornar líder da igreja católica, o Papa Francisco não se opunha a uma decisão que considerava estar entre cada um e Deus. Oito anos depois, em comunicado esta segunda-feira, e com o aval do Papa, o Vaticano diz que nesse tipo de relações a bênção não pode ser considerada lícita.
A barreira da orientação sexual continua de pé. Apesar de serem bem-vindos na fé cristã, a aceitação não se estende à união entre pessoas do mesmo sexo.
A instituição justifica-se e diz que o objetivo não é discriminar, mas reiterar tradições milenares profundamente ligadas à essência sacramental.
Ainda no ano passado, o Papa Francisco defendeu a regulação do casamento civil dos homossexuais afirmando que também são pessoas e, que por isso, tinham direito a fazer parte de uma família.
Foi a primeira vez que um chefe da igreja católica esteve ao lado da defesa dos direitos LGBT, um apoio que fica agora desvalorizado pelas palavras que saem da Santa Sé.