Alexander Lukashenko foi esta quarta-feira empossado para um novo mandato como Presidente da Bielorrússia numa cerimónia de tomada de posse realizada subitamente e sem qualquer aviso prévio, anuncia a agência estatal Belta.
A cerimónia, que habitualmente seria anunciada com antecedência, acontece no seguimento da crescente tensão no país, envolto em protestos contra a reeleição de Lukashenko, contestada pela oposição e não reconhecida pela comunidade internacional.
Palco de tensas manifestações
A Bielorrússia tem sido palco de várias manifestações desde 9 de agosto, quando Alexander Lukashenko conquistou um sexto mandato presidencial, numas eleições consideradas fraudulentas pela oposição e parte da comunidade internacional.
Nos primeiros dias de protestos, a polícia deteve cerca de 7.000 pessoas e reprimiu centenas de forma musculada, suscitando protestos internacionais e ameaça de sanções. A seguir, o número de detenções baixou, mas nas últimas semanas voltou a aumentar, elevando-se agora a 10.000 desde o início dos protestos.
A repressão policial fez por outro lado seis mortos e centenas de feridos, segundo a oposição.
Comunidade internacional pede fim da violência
Na semanan passada, o Conselho de Direitos Humanos da Nações Unidas aprovou uma resolução que pede ao Governo da Bielorrússia para pôr fim à violência contra os manifestantes.
A resolução, aprovada com 23 votos a favor, dois contra e 22 abstenções, apela às autoridades bielorrussas para "cessarem o uso excessivo da força contra manifestantes pacíficos, incluindo tortura e outros tratamentos cruéis e desumanos", bem como ao fim das detenções arbitrárias por motivos políticos.