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Trump criticado por aliados Republicanos na decisão de retirada da Síria

O Governo dos Estados Unidos anunciou que não iria obstaculizar uma operação turca contra as milícias curdas, no norte da Síria, dizendo que retiraria o seu contingente militar de várias zonas deste país.

Yuri Gripas

A decisão do Presidente norte-americano, Donald Trump, de deixar de apoiar as milícias curdas na Síria está a causar indignação junto dos seus aliados políticos, incluindo vários congressistas Republicanos que dizem tratar-se de um erro.

O Governo dos Estados Unidos anunciou no domingo que não iria obstaculizar uma operação turca contra as milícias curdas, no norte da Síria, dizendo que retiraria o seu contingente militar de várias zonas deste país, para abrir espaço de manobra para o plano militar de Ancara.

Esta segunda-feira, Lindsey Graham, um dos senadores Republicanos mais próximos do Presidente, disse que a decisão foi "um desastre", pedindo a Trump para reverter a posição norte-americana, num apelo em que está a ser seguido por vários congressistas de ambos os partidos.

"Se esse plano, que abre caminho a uma ofensiva militar turca contra os curdos, for implementado, apresentarei uma resolução no Senado pedindo que reconsideremos essa decisão", escreveu o senador na sua conta da rede social Twitter.

Lindsey Graham disse esperar ser apoiado por ambos os partidos no Congresso, neste apelo, referindo que a decisão de Trump "garante o retorno" dos movimentos jihadistas e do grupo extremista Daesh.

Na Câmara dos Representantes, e também no setor Republicano mais próximo de Trump, não demorou muito até surgirem vozes discordantes com a decisão presidencial.

"Remover as forças americanas do norte da Síria é um erro catastrófico, que coloca em risco os nossos avanços contra o Daesh e ameaça a nossa segurança", escreveu a congressista Republicana Liz Cheney, no Twitter, assumindo que, desta vez, não pode estar ao lado de Trump.

O líder da minoria Republicana na Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, disse na estação televisiva Fox que ainda não tinha falado com o Presidente sobre este tema, mas não escondeu as suas "dúvidas e preocupações" sobre esta decisão.

"É importante que cumpramos a nossa palavra junto daqueles que lutam connosco e nos ajudam", disse McCarthy, referindo-se às milícias curdas, que durante muitos anos lutaram ao lado de soldados norte-americanos contra o Estado Islâmico e que agora são deixados à mercê da investida turca.

Também a ex-embaixadora dos Estados Unidos na ONU Nikki Haley, mostrou-se "chocada" com a decisão de Trump, lembrando as consequências que terá nos curdos "que foram fundamentais na luta contra o [grupo extremista] Daesh", acrescentando que "deixá-los morrer é um grande erro".

Lusa

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