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União Africana pede investigação independente a ataque que matou mais de 40 migrantes na Líbia

O presidente da Comissão da União Africana considerou um "crime horrendo" contra civis.

Ismail Zetouni

Pelo menos 44 pessoas morreram na sequência de um ataque aéreo que atingiu, na noite de terça-feira, um centro de detenção de migrantes nos arredores da capital líbia, Tripoli, segundo o mais recente balanço das autoridades líbias.

O presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat condenou "veementemente" o ataque e exigiu "uma investigação independente que garanta que os responsáveis por este horrendo crime contra civis inocentes sejam responsabilizados".

O responsável da União Africana reafirmou o apelo para um cessar-fogo imediato que "assegure a proteção e a segurança de todos os civis, especialmente os migrantes em centros de detenção".

Moussa Faki Mahamat apelou também à comunidade internacional para um "esforço humanitário urgente" que permita proteger os "migrantes vulneráveis".

Pediu, por outro lado, às partes envolvidas no conflito para que "cessem imediatamente as hostilidades e regressem à mesa das negociações".

Além dos 44 mortos, o porta-voz do Ministério da Saúde líbio, Malek Merset, acrescentou que o ataque contra o centro de detenção de migrantes em Tajoura, a sul de Tripoli, provocou também 80 feridos.

Em comunicado, o Governo apoiado pela ONU já responsabilizou o Exército Nacional Líbio (ENL, do marechal Khalifa Haftar) pelo ataque.

Em abril, as forças lideradas pelo marechal Khalifa Haftar, o homem forte da fação que controla o leste da Líbia e que disputa o poder político líbio, lançaram uma ofensiva contra Tripoli, onde está o Governo de Acordo Nacional, estabelecido em 2015 e reconhecido pela comunidade internacional (incluindo pelas Nações Unidas).

Com Lusa

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