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Alemanha repatria 10 filhos de jihadistas alemães do Iraque

No dia em que a diplomacia do G7 debate, em Paris, a gestão dos combatentes estrangeiros e suas famílias, Berlim anuncia o repatriamento de uma dezena de filhos de jihadistas alemães do Iraque

Avião da Força aérea da Alemanha levanta voo da base aérea de Incirlik, na Turquia, no âmbito da campanha internacional contra o DAESH no Médio Oriente
Umit Bektas

Duas semanas após o "fim do último reduto jihadista na Síria"

A repatriação das crianças, a primeira feita pela Alemanha, ocorre duas semanas após as Forças Democráticas Sírias anunciarem que o califado do grupo extremista DAESH, ou autoproclamado Estado Islâmico foi totalmente eliminado na sequência dos combates em Bagouz, o último reduto jihadista na Síria.

Segundo o Ministério alemão, cerca de uma dezena de crianças foi entregue a familiares próximos.

"Os seus filhos, que também são mantidos na prisão, podem ser levados para a Alemanha, para junto de familiares próximos dispostos a recebê-los, se os pais derem o seu consentimento", explicou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros à agência de notícias France-Presse.

Pelo menos 59 crianças de combatentes jihadistas alemães do Daesh ainda permaneciam na Síria no final do mês de março, de acordo com o ministério do Interior.

A mesma fonte indica ainda que pelo menos 66 combatentes alemães do Daesh são atualmente prisioneiros das Forças Democráticas da Síria.

Tal como em outros países ocidentais, a Alemanha debate atualmente o que fazer a estas crianças.

As famílias pedem o seu regresso, sublinhando que são vítimas de uma opção que não foi sua, enquanto as autoridades se mantêm prudentes.

No entanto, na quinta-feira, o ministro do Interior, Horst Seehofer, considerou que estas crianças são vítimas e acrescentou que, se estiverem radicalizadas, serão colocadas sob a guarda de uma instituição especializada, mas "não serão detidas".

Não é conhecido o número exato de crianças nesta situação, contudo a organização Save the Children estima que nos campos de deslocados haja mais de 3.500 filhos de jihadistas, originários de cerca de 30 países.

Os ministros do Interior do G7 estão reunidos, em Paris, desde quinta-feira para discutir a gestão dos jihadistas e das suas famílias.

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