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Presidente do México nega subornos do cartel que terá sido dirigido por "El Chapo"

O Presidente do México, Enrique Peña Nieto, considera que as declarações do advogado de Joaquin "El Chapo" Guzmán, que afirmou em tribunal que este recebeu subornos do cartel da Sinaloa, são "falsas e difamatórias"."

Marco Ugarte

"O Governo de Enrique Peña Nieto perseguiu, capturou e extraditou o criminoso Joaquim Guzmán Loera. As afirmações atribuídas ao seu advogado são completamente falsas e difamatórias", escreveu Eduardo Sanchez, porta-voz da presidência mexicana, na rede social Twitter.

Um dos advogados do mexicano Joaquin "El Chapo" Guzmán, suspeito de ter dirigido um dos cartéis de droga mais poderosos do mundo, afirmou na terça-feira que o Presidente mexicano e o seu antecessor receberam subornos do cartel de Sinaloa.

O advogado Jeffrey Lichtman, na sua intervenção introdutória na abertura do julgamento de "El Chapo", que decorre em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América, afirmou que centenas de milhões de dólares foram transferidos, em nome da organização, por Ismael "El Mayo" Zambada, coacusado no julgamento, mas que está em fuga.

Também o ex-Presidente Felipe Calderón negou ter recebido subornos.

"As declarações do advogado de Joaquim Guzmán, também conhecido como 'El Chapo', são completamente falsas e irresponsáveis. Nem ele, nem o cartel de Sinaloa, ou qualquer outro cartel, pagaram-me dinheiro", respondeu no Twitter o ex-chefe de Estado entre 2006 a 2012.

O atual Presidente do México é Enrique Peña Nieto, que será substituído no cargo pelo já eleito Andrés Lopez Obrador no dia 01 dezembro.

Joaquin Guzmán, de 61 anos, é acusado de dirigir entre 1989 e 2014 o cartel de Sinaloa, que enviou para os Estados Unidos da América mais de 154 toneladas de cocaína e grandes quantidades de heroína, metanfetaminas e marijuana.

De acordo com as autoridades norte-americanas, "El Chapo" tornou-se o traficante mais poderoso do mundo após a morte do colombiano Pablo Escobar, em 1993. Se for condenado, Guzmán arrisca a prisão perpétua.

É também suspeito de protagonizar uma campanha de assassínios e sequestros e da lavagem de milhares de milhões de dólares. Preso pela primeira vez na Guatemala, em 1993, e após ser condenado a 21 anos de prisão, Guzmán escapou em 2001 de uma penitenciária de alta segurança de Puente Grande (estado de Jalisco).

Após 13 anos em fuga, foi capturado em 2014, mas escapou um ano mais tarde de uma prisão de máxima segurança de Altiplano, perto da Cidade do México, através de um túnel com 1,5 quilómetros.

Em janeiro de 2016, e após várias tentativas, o Presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, anunciou finalmente a captura de "El Chapo". Um ano mais tarde, o suspeito foi extraditado para os Estados Unidos.

Lusa

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