"Não há qualquer diferença entre os horrores que há 75 anos foram cometidos contra os judeus na Europa e a brutalidade que hoje sofrem os nossos irmãos em Gaza", declarou o político islâmico no discurso proferido na cimeira da OIC, organismo integrado por 57 países de maioria muçulmana.
"Jerusalém é demasiado sagrada para ser deixadas nas mãos de um Estado terrorista que tem sangue dos palestinianos nas mãos", declarou Erdogan.
Segundo o chefe de Estado turco, o exército israelita, ao disparar sobre manifestantes desarmados e matar mais de 60 deles, "agiu de uma maneira que faria inveja aos nazis".
E, na sua opinião, o Governo dos Estados Unidos também tem responsabilidade nos massacres, por ter transferido a sua embaixada de Telavive, internacionalmente reconhecida como a capital de Israel, para Jerusalém, uma cidade que "é também a capital da Palestina".
"Apesar das nossas advertências, os Estados Unidos optaram por seguir [o primeiro-ministro israelita, Benjamin] Netanyahu e os evangelistas radicais. Já não é parte da solução no Médio Oriente, mas parte do problema", acrescentou.
No mesmo sentido se pronunciou o secretário-geral da OIC, Yusuf Othaimin, ao assegurar que a transferência da embaixada norte-americana "nunca será legitimada".
O rei Abdallah da Jordânia recordou que há apenas cinco meses, em dezembro passado, a OIC realizou uma cimeira extraordinária em Istambul para condenar o reconhecimento norte-americano de Jerusalém como capital de Israel.
"Aqui temos os resultados: corroem-se os valores, aprofunda-se o desespero", condenou o monarca.
Tal como os demais oradores, o primeiro-ministro da Autoridade Palestiniana, Rami Hamdallah, salientou na sua intervenção que a única forma de alcançar a paz será a criação de um Estado palestiniano nas fronteiras de 1967, com Jerusalém Oriental como capital.
A cimeira da OIC foi convocada em reação aos acontecimentos da passada segunda-feira, quando cerca de 60 palestinianos foram mortos e mais de 2.000 ficaram feridos por disparos do exército israelita enquanto protestavam ao longo do fosso de separação entre a Faixa de Gaza e Israel.
Por seu lado, o Governo israelita justificou a atuação do seu exército como destinando-se a evitar que entrem no seu território "terroristas" do grupo islâmico Hamas, no poder em Gaza.
Lusa