Após os Estados Unidos (na segunda-feira) e da Guatemala (na quarta-feira), o Paraguai é o terceiro país a oficializar a transferência da sua embaixada de Telavive para Jerusalém.
"O Paraguai vai inaugurar a sua embaixada em Jerusalém na próxima segunda-feira", afirmou, em declarações à agência noticiosa espanhola EFE, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita, Emmanuel Nahson, precisando que a representação diplomática de Assunção ficará localizada na zona oeste da cidade, no mesmo edifício em que está a embaixada da Guatemala.
É esperado que o Presidente Horacio Cartes chegue a Israel durante o fim de semana.
A decisão de transferir embaixadas de Telavive para Jerusalém está envolta de polémica, uma vez que contraria recomendações proferidas pela ONU em 1980.
A questão de Jerusalém é uma das mais complicadas e delicadas do conflito israelo-palestiniano, um dos mais antigos do mundo.
Israel ocupa Jerusalém oriental desde 1967 e declarou, em 1980, toda a cidade de Jerusalém como a sua capital indivisa. Os palestinianos querem fazer de Jerusalém oriental a capital de um desejado Estado palestiniano, coexistente em paz com Israel.
Jerusalém é considerada uma cidade santa para cristãos, judeus e muçulmanos.
Nabil Shaath, conselheiro para a área dos Negócios Estrangeiros do presidente da Autoridade Palestiniana (Mahmud Abbas), instou hoje os países árabes reunidos numa cimeira ministerial da Liga Árabe no Cairo (Egito) a cortarem relações com os países que transferiram, nomeadamente com o Paraguai e com a Guatemala, ou que planeiam transferir as respetivas embaixadas para Jerusalém.
"Tem de existir uma posição firme em relação à Guatemala, que transferiu a sua embaixada" e com o Paraguai, "que está a ameaçar" fazer o mesmo, afirmou, por sua vez, o secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina, Saeb Erekat.
Numa entrevista à rádio oficial Voz da Palestina, Saeb Erekat pediu "uma guerra política, económica e diplomática contra qualquer nação que transfira a respetiva embaixada para Jerusalém".
Na segunda-feira, na inauguração da embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém, foram vários os países europeus que estiveram ausentes da cerimónia. Portugal foi um deles, a par da Espanha, Reino Unido, França e Itália.
Já a Roménia, Hungria, Áustria e a República Checa marcaram presença no evento. Alguns destes países bloquearam recentemente a adoção de uma declaração europeia crítica sobre a transferência da embaixada norte-americana para Jerusalém.
A 06 de dezembro do ano passado, o Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou que Washington reconhecia Jerusalém como capital de Israel.
Na mesma ocasião, o chefe de Estado anunciava a transferência da embaixada norte-americana de Telavive para Jerusalém, contrariando a posição da ONU e dos países europeus, árabes e muçulmanos, assim como a linha diplomática seguida por Washington ao longo de décadas.
Lusa