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Juiz britânico autoriza recolha de sangue a Skripal para análise de agência internacional

Um juiz britânico autorizou esta quinta-feira a recolha de amostras de sangue do ex-espião russo Serguei Skripal e da sua filha Yulia, hospitalizados em estado crítico, para que sejam analisadas pela Organização para a Interdição das Armas Químicas (OIAQ).

Henry Nicholls

O ex-espião e a filha foram encontrados inconscientes no passado dia 4 de março, num banco num centro comercial em Salisbury (sul de Inglaterra). Segundo Londres, ambos foram envenenados com um agente neurotóxico gasoso identificado como Novichok, cujo fabrico remonta à altura da União Soviética e o Reino Unido responsabilizou Moscovo por esta tentativa de homicídio.

O juiz Williams decidiu autorizar a recolha das amostras face à "incapacidade" de decisão de Serguei e de Yulia, ainda hospitalizados em estado grave.

O magistrado pertence ao Tribunal de Proteção de Londres, que avalia casos relacionados com pessoas que não podem tomar decisões de forma autónoma.

Assim, os especialistas da OIAQ poderão avaliar, nas próximas semanas, se o agente neurotóxico usado contra Serguei e Yulia era ou não Novichok fabricado na Rússia.

O magistrado autorizou os médicos do hospital de Salisbury a entregarem aos inspetores internacionais não só as amostras de sangue como as cópias das notas médicas sobre o caso.

O caso Skripal provocou uma crise diplomática entre a Rússia e o Reino Unido, que já levou à expulsão de 23 diplomatas russos do território britânico e ao congelamento das relações bilaterais.

Moscovo respondeu expulsando 23 diplomatas britânicos e suspendendo a atividade do British Council na Rússia.

O Governo russo tem vindo a dizer que nada teve a ver com o envenenamento de Skripal e da filha, argumentando que tal não o beneficiaria em nada.

Lusa

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