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Governo brasileiro recorre de decisão judicial que suspendeu aumento de impostos

O Governo brasileiro anunciou, na terça-feira, que recorreu da decisão de um juiz federal de suspender o aumento dos impostos sobre os combustíveis, decretado na semana passada pelo Executivo de Michel Temer.

Adriano Machado

A Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou um recurso ao Tribunal Regional Federal da Primeira Região, com sede em Brasília, para anular a decisão judicial anunciada na terça-feira, de suspender a subida dos impostos.

O juiz Renato Borelli, que decretou a suspensão, alegou que, apesar de o Estado ter o poder de alterar os impostos, a Constituição impõe um prazo de 90 dias para que uma medida dessa natureza entre em vigor, e neste caso ocorreu de forma imediata.

Borelli pronunciou-se perante uma ação do advogado Carlos Alexandre Klomfahs, que referiu precisamente a questão da temporalidade.

A Advocacia-Geral anunciou que vai recorrer da decisão, que suspende temporariamente a subida de impostos, com impacto de cerca de 10% nos preços dos combustíveis.

Com essa medida, decretada na passada quinta-feira por Temer, o Governo do Brasil pretende angariar 10.400 milhões de reais (2.833 milhões de dólares) adicionais até dezembro e travar um défice fiscal que, nos primeiros cinco meses do ano, somou 15.631 milhões de reais (4.293 milhões de euros).

Além deste aumento de impostos, o Governo anunciou um corte nos gastos previstos no orçamento deste ano de 5.900 milhões de reais (cerca de 1.630 milhões de euros).

O novo corte na despesa junta-se a outro anunciado em março, no valor de 42.100 milhões de reais (11.583 milhões de euros) de diferentes rubricas orçamentais.

O Executivo espera que as medidas sejam suficientes para garantir o cumprimento da meta fiscal fixada para 2017, quando espera limitar o défice do país em 139.000 milhões de reais (37.757 milhões de dólares), que equivale a cerca de 2% do PIB brasileiro.

Lusa

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