"Terminar com a ocupação é a única forma de lançar as fundações para uma paz duradoura que responda às necessidades de segurança de Israel e às aspirações palestinas de ser um Estado soberano. É a única forma de cumprir os direitos inalienáveis do povo palestiniano", disse Guterres.
A declaração de António Guterres foi lida pela sua vice-secretária-geral, Amina J. Mohammed, numa conferência na sede da ONU que assinala os 50 anos desde a Guerra Israelo-árabe e o inicio da ocupação de territórios como Gaza e Jerusalém Oriental.
"A ocupação impôs um fardo humanitário e de desenvolvimento pesado no povo palestiniano. Gerações de palestinianos cresceram em campos de refugiados, muitos em pobreza abjeta, e com poucas ou nenhumas perspetivas de uma vida melhor para as suas crianças", disse Guterres.
O secretário-geral da ONU referiu-se a ciclos "recorrentes de violência e retribuição" que enviam uma "mensagem inconfundível para os palestinianos de que os seus sonhos de ser um Estado podem não vir a acontecer" e para os israelitas "de que o seu desejo de paz, segurança e reconhecimento regional podem não ser alcançáveis".
Guterres defendeu que "é hora de voltar às negociações diretas" e que "é hora de terminar com o conflito estabelecendo um Estado palestiniano independente, lado a lado com o Estado de Israel", repetindo a posição oficial da ONU de apoio a uma solução com dois Estados.
O secretário-geral da ONU disse ainda acreditar que resolver este conflito "removeria um motor de extremismo violento e de terrorismo no Médio Oriente" e ofereceu-se para trabalhar com todas as partes num processo de paz.
Lusa