O Conselho de Proteção do Oceano, do Estado da Califórnia, reviu em alta, na quarta-feira, as suas previsões de subida das águas oceânicas, na costa californiana, à medida que o aquecimento global prossegue.
A previsão ajuda os serviços públicos do Estado norte-americano mais povoado a planear respostas aos efeitos das alterações climáticas, designadamente a ameaça da subida das águas para os aeroportos, as autoestradas e as comunidades que estão em níveis baixos, em particular na área da bacia de São Francisco.
A descoberta de que o gelo está a derreter cada vez mais depressa na Antártida, que tem cerca de 90% da massa de gelo do mundo, provocou em muito esta alteração de posição.
À medida que os gases com efeito de estufa, resultantes da queima dos combustíveis fósseis, aquecem a atmosfera terrestre, estima-se que a fusão do gelo da Antártida eleve as águas costeiras da Califórnia, que se espalham por 1.770 quilómetros, acima da média mundial. "Resultados científicos recentes estão-nos a mostrar muito mais do que há cinco anos", afirmou na quinta-feira a vice-diretora do Conselho, Jenn Eckerle.
O governador Jerry Brown determinou que as agências do Estado incluíssem as alterações climáticas no seu planeamento e orçamentação. As projeções do Conselho vão guiar tudo, das decisões locais sobre delimitações físicas às estaduais sobre elevar ou abandonar edifícios próximos das costas e baías.
No melhor cenário, a água na vulnerável bacia de São Francisco, por exemplo, deve subir entre 33 e 75 centímetros até ao final do século, segundo o Conselho.
Porém, isto apenas ocorrerá se o mundo reduzir mais do que hoje em dia a sua emissão de gases com efeito de estufa.
No pior cenário, que inclui uma fusão dos gelos ainda mais rápida, o nível da água nas costas da Califórnia pode subir mais de três metros até ao final do século, ainda segundo as previsões estaduais. Os cientistas têm dito que a subida das águas, associada às alterações climáticas, tem influenciado eventos extremos, como o último inverno na Califórnia, em que se verificaram inundações de várias autoestradas e o derrube de penhascos com casas frente ao mar.
Lusa