A zona de Raja Ampat, no leste da Indonésia, é um dos locais com maior biodiversidade do planeta e atrai muitos visitantes às suas ilhas rodeadas de corais e peixes.
O acidente aconteceu este mês quando um navio de 4.200 toneladas embateu contra um recife durante a maré baixa em Kri, uma das centenas de pequenas ilhas Raja Ampat, depois de levar turistas numa expedição para observação de aves.
O barco, que transportava 102 passageiros e 79 membros da tripulação, ficou preso nos recifes e só voltou a flutuar mais tarde, quando a maré subiu. As várias tentativas de o libertar com um rebocador falharam e causaram ainda mais danos aos corais.
O incidente na província da Papua Ocidental enfureceu o Governo, que alertou que o capitão britânico pode vir a ser acusado criminalmente, enquanto especialistas em investigação marinha acreditam que a restauração dos corais pode levar décadas e custar milhões de dólares.
Hoje, o ministro Coordenador dos Assuntos Marítimos, Luhut Panjaitan, convocou o embaixador britânico Moazzam Malik a Jacarta.Após uma reunião, Malik disse aos jornalistas que teve uma "discussão muito boa" com o ministro.
"Fiquei desiludido ao saber dos danos a este recife de corais na Papua Ocidental, como ficaria com qualquer incidente ambiental que ocorra na Indonésia ou em qualquer sítio do mundo", disse.
"Esperamos que o assunto possa ser resolvido da forma mais rápida possível entre as autoridades indonésias e a empresa responsável por este acidente, que geria o navio". Malik salientou, no entanto, que o barco era propriedade de uma empresa sueca. A operadora turística Noble Caledonia, que organizou a viagem à Indonésia, está baseada em Londres.
Panjaitan frisou que as autoridades estão a encarar a destruição do recife com "muita seriedade". "Ele (o capitão) tentou libertar-se dos recifes e tornou os danos ainda maiores, apesar de ter sido ordenado a parar", disse, acrescentando que podem ser precisos 100 anos até os corais recuperarem.
As autoridades manifestaram também desagrado com o facto de a embarcação ter deixado o país e navegado até às Filipinas sem esperar por uma avaliação dos danos.A Noble Caledonia já pediu desculpa pelo acidente e diz estar a negociar uma compensação com o Governo.
Lusa