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Mulher do ex-primeiro-ministro francês recebeu 500 mil € como assessora parlamentar

A mulher do ex-primeiro-ministro francês François Fillon terá recebido 500 mil euros de fundos parlamentares. A notícia é avançada pela imprensa francesa, que questiona o papel da mulher britânica na vida política do candidato francês às presidências de 2017.

© Stephane Mahe / Reuters

O jornal satírico e de investigação Le Canard Enchaîné informa que Penelope Fillon - nascida em Wales - recebeu durante vários períodos um salário como assessora parlamentar, na altura em que o seu marido era deputado.

De acordo com a lei francesa, contratar alguém da família não é proibido, desde que a pessoa realize uma função definida e efetiva. Contudo, o jornal diz que esse não era o caso da mulher de Fillon, uma vez que não conseguiu encontrar evidências do seu trabalho.

Numa visita a Bordéus, Fillon disse aos jornalistas que estava "escandalizado" com o artigo, que descreveu como "misógino". "Então, só por ser minha mulher ela não tinha direito a trabalhar?", disse Fillon.

O porta-voz do candidato Thierry Solère disse à AFP que Penelope Fillon trabalhou "efetivamente" para o seu marido, no Parlamento. "É comum que as mulheres dos membros do Parlamento trabalhem com eles", esclareceu Solère.

Segundo o jornal, Penelope terá recebido pagamentos entre 1998 e 2002, como assessora parlamentar de Fillon. De 2002 a 2007, quando o candidato francês estava no gabinete de Jacques Chirac, a mulher permaneceu como assessora parlamentar, mas de Marc Joulaud, recebendo entre 6.900 e 7.900 euros por mês.

Entrevistada para o artigo, uma colega de Joulaud garantiu que nunca trabalhou com Penelope Fillon. "Eu conhecia-a apenas como a mulher do ministro.", disse.

De acordo com o jornal, Penelope voltou a receber um salário "pelo menos durante seis meses" em 2012, quando o seu marido - depois de servir como primeiro-ministro - voltou a ser deputado. "No total, Penelope recebeu 500 mil euros de fundos do Parlamento", avalia o jornal.

Em novembro de 2016, Fillon foi entrevistado e disse que que a sua mulher ficou em casa, enquanto ele trabalhava como político em Paris. "Eu não tive muito tempo para ver os nossos quatro filhos (agora, já são cinco filhos) crescerem, uma vez que era deputado", ele disse à M6 TV. "Era 24/7, então basicamente eles foram criados pela mãe."

Contudo, o candidato francês também disse, não referindo o período de tempo: "Ela estava muito envolvida nas campanhas, entregando panfletos e indo a encontros comigo".

François Fillon venceu as primárias em França, e é assim o candidato da direita e do centro às presidências de 2017.

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