"Asgardia vai ser o primeiro sítio em órbita que é de facto 'terra de ninguém'", garantem os ideólogos desta nação em projeto. Será inspirada pelo progresso científico, pela contribuição para a paz na galáxia e pelo uso da tecnologia espacial por todos.
Asgardia - uma alusão a Asgard, mundo da mitologia nórdica onde habitam os deuses - será um lugar construído fora da Terra e independente de qualquer país,
Segundo indica o site, o primeiro projeto será o lançamento do primeiro satélite no final de 2017.
Mas já é possível solicitar a cidadania. De acordo com as regras, "qualquer ser humano a viver na Terra pode ser cidadão de Asgardia". Quer ter hino, bandeira e insígnia, para os quais foram lançados concursos.
Terá quase todos os requisitos para se candidatar a ser o 194º país das Nações Unidas... excepto o facto de não existir fisicamente.
O projeto está a ser desenvolvido por uma companhia privada russa - Aerospace International Research Center, com sede em Viena, liderado pelo cientista e empresário russo Igor Ashurbeiyli - pai fundador de Asgardia, como se intitula no site.
Dúvidas sobre o reconhecimento de um Estado espacial
Atualmente, o Tratado do Espaço Exterior (Outer Space Treaty), a lei internacional que regula a exploração e utilização do espaço, estatui que a responsabilidade pelos objetos enviados ao espaço é do país que os enviou.
Segundo Igor Ashurbeiyli, Asgardia seria responsável pelo seu lançamento, alterando assim a responsabilidade para a própria "nação espacial".
Em declarações ao The Guardian, Christopher Newman, especialista em lei espacial da Universidade de Sunderland, Grã-Bretanha, disse que o projeto reflete o facto de que a geopolítica espacial mudou bastante desde que o Tratado foi elaborado, nos anos 1960. No entanto, não é claro se Asgardia cumpre os requisitos.
"É um projeto muito excitante em muitos sentidos e vai ser interessante ver como se desenrolará. Mas existem grandes obstáculos na lei espacial internacional para serem superados, porque o que eles querem é a revisão geral do atual quadro legal do espaço", sublinhou o especialista.