O foguetão Falcon 9 da empresa privada de exploração espacial SpaceX, propriedade do multibilionário norte-americano Elon Musk, explodiu na quinta-feira durante testes na plataforma de lançamento no centro espacial Kennedy em Cape Canaveral, no Estado norte-americano da Florida.
A explosão provocou a destruição do satélite israelita de telecomunicações Amos-6.
Com 5,5 toneladas, este satélite, cujo custo estimado situa-se entre os 200 milhões e os 300 milhões de dólares (178 milhões de euros e os 267 milhões de euros), teria sido o satélite mais pesado a ser lançado em órbita pela SpaceX, uma empresa com sucessos recentes que tem dinamizado o setor espacial.
Um dos canais do satélite seria utilizado pela rede social Facebook para levar Internet de alta velocidade ao continente africano.
O diretor da Agência espacial israelita (ISA), Yitzhak Ben Yisrael, disse hoje que a onda de choque da explosão de quinta-feira será sentida muito além de Cape Canaveral.
O acidente poderá colocar em causa a venda da empresa israelita Spacecom, o operador do satélite Amos, ao grupo chinês Xinwei, negócio avaliado pelos 'media' em 285 milhões de dólares (255 milhões de euros), e condicionar a operacionalidade do próprio satélite.
"É um segundo golpe, numa altura em que estava próximo um acordo com os chineses", sublinhou Yitzhak Ben Yisrael, numa referência à perda do satélite Amos-5, também detido e operado pela Spacecom, mas de fabrico franco-italiano.
As comunicações com o satélite Amos-5 foram interrompidas em novembro passado, quatro anos depois do seu lançamento a partir de uma plataforma no Cazaquistão.
"De novo, existe um grande problema no lançamento e espero que a Spacecom seja suficientemente forte para superar a situação e operar outro satélite", disse em declarações à rádio pública israelita o diretor da ISA.
Mas, segundo frisou, "vai demorar dois a três anos para recuperar o atraso".
O fabricante do Amos-6, a Israel Aircraft Industries (IAI), indicou que este satélite era "o maior e o mais sofisticado que alguma vez foi construído em Israel".
"Evidentemente, estamos dececionados com este acidente e estamos disponíveis para ajudar a Spacecom em todos os meios", declarou hoje o fabricante num comunicado, acrescentando que "a indústria dos satélites de comunicações é estratégica para a IAI e para o Estado de Israel".
A Agência espacial israelita, tutelada pelo Ministério da Ciência israelita, assegurou hoje, num comunicado, que "o apoio à indústria aeroespacial em Israel vai continuar, de forma a permanecer na vanguarda da tecnologia".
A empresa SpaceX informou que não foram registadas vítimas na explosão de quinta-feira.
Lusa