A vacina que se está a desenvolver será administrada em seres humanos "nos próximos dias", de acordo com um comunicado da Universidade de Laval, que se localiza na cidade do Quebec, na província com a mesma designação.
"Estamos muito orgulhosos de fazer parte da primeira equipa internacional do mundo a completar todas as etapas do processo de regulamentação" da vacina, disse Gary Kobinger, doutor em microbiologia e professor de medicina na universidade, que está a supervisionar o estudo.
Kobinger sublinhou que o desenvolvimento desta vacina contra o Zika foi autorizado pelas agências reguladoras do setor no Canadá (Health Canada) e nos Estados Unidos (FDA).
O Zika é um vírus transmitido pela picada de mosquitos e não existe um tratamento ou uma vacina para a doença.
Kobinger, uma autoridade global em vacinas, é investigador de um centro hospital ligado à universidade, que está a conduzir o estudo em colaboração com dois centros nos Estados Unidos.
Mais de uma dúzia de empresas farmacêuticas, incluindo a francesa Sanofi e a indiana Bharat Biotech, estão a trabalhar no desenvolvimento de uma vacina contra o Zika, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
A OMS previu um crescimento acentuado do surto nas Américas, com até quatro milhões de pessoas infetadas.
O vírus espalhou-se rapidamente pela América Latina, com um grande número de casos no Brasil.
Desde o final de 2015, o Brasil tem sido afetado pelo vírus Zika, que se suspeita ser a causa de numerosos casos de deformações congénitas em bebés, cujas mães foram contaminadas durante a gravidez.
No início de junho, um grupo de 150 especialistas em saúde pública pediu o adiamento dos Jogos Olímpicos ou a mudança de local, para evitar a propagação da doença para todo o mundo.
O Brasil recebe os Jogos Olímpicos entre 5 e 21 de agosto e os Jogos Paralímpicos de 7 a 18 de setembro.
O vírus Zika está presente em 60 países e o Brasil é o país mais afetado pela atual epidemia, com milhares de casos registados.
Segundo dados das autoridades brasileiras foram confirmados mais de 1.600 casos de microcefalia em bebés e outras alterações do sistema nervoso, que sugerem ter sido causados por infeção congénita.
Mais de 3 mil casos suspeitos da doença ainda estão a ser investigados.
Lusa