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Tiros ouvidos na zona do Palácio Presidencial na capital do Sudão do Sul

Tiros de armas automáticas foram ouvidos hoje, cerca das 18:00 locais (16:00 em Lisboa), em Juba, capital do Sudão do Sul, na zona do palácio presidencial, informou um correspondente da agência noticiosa France Presse (AFP).

Inicialmente, os tiros foram ouvidos na zona do palácio presidencial, onde o chefe de Estado do Sudão do Sul, Salva Kiir, e o vice-presidente, Riek Machar, estavam reunidos para uma conferência de imprensa, de acordo com a mesma fonte.

Os disparos esporádicos de armas automáticas e artilharia ouviram-se durante cerca de 30 minutos, acrescentou.

A AFP indicou que a calma regressou progressivamente àquela zona, enquanto Kiir afirmava aos jornalistas: "Não podemos explicar o que está a acontecer lá fora".

Os tiros ocorreram um dia depois de cinco soldados leais a Kiir terem sido mortos num tiroteio com antigos rebeldes em Juba.

Este incidente reavivou o receio do fracasso do frágil processo de paz em curso no Sudão do Sul, que se prepara para assinalar no sábado, sem festividades, o quinto aniversário da independência.

O país tenta ultrapassar uma guerra civil de mais de dois anos, que começou em dezembro de 2013 e fez várias dezenas de milhares de mortos.

No acordo de paz, assinado em agosto passado entre os dois principais protagonistas do conflito, Salva Kiir e Riek Machar, ficou definido o regresso de Machar, em abril, a Juba, para ocupar a vice-presidência e formar com Kiir um governo de união nacional.

No terreno, os combates prosseguem e a desconfiança entre os dirigentes dos dois campos poderá resultar no fim do processo de paz e arrastar o país para um conflito a grande escala, de acordo com observadores internacionais.

No âmbito do acordo de paz, 1.370 soldados e polícias ex-rebeldes regressaram a Juba para garantir a segurança de Machar. As forças armadas governamentais afirmaram só terem mantido na capital 3.420 soldados, como ficou definido no acordo.

Estes soldados estão repartidos por diferentes aquartelamentos espalhados pela capital e nos arredores de Juba. As restantes tropas, governamentais e rebeldes, não estão autorizadas num raio de 25 quilómetros em torno da principal cidade do Sudão do Sul.

Lusa

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