Barack Obama, justificou a sua oposição ao projeto de lei, em entrevista à estação de televisão CBS divulgada hoje, explicando que não se trata apenas de uma "questão bilateral" com a Arábia Saudita, mas das "interações dos EUA" com todos os países do mundo.
"Se abrirmos a possibilidade de que os indivíduos e os Estados Unidos possam começar a processar rotineiramente outros governos, então também tornamos mais fácil a possibilidade de os Estados Unidos serem continuamente processados por pessoas de outros países", disse Obama.
O projeto de lei em questão, chamado Lei de Justiça contra Estados patrocinadores do terrorismo, permitiria que as famílias das vítimas dos ataques do 11 de setembro e de outros atentados possam responsabilizar as nações suspeitas de terem apoiado esses ataques.
Nos ataques de 11 de setembro de 2001 morreram cerca de 3.000 pessoas e 15 dos 19 terroristas envolvidos eram de origem saudita.
O Governo da Arábia Saudita ameaçou tomar medidas económicas se o país enfrentar alguma acusação formal por apoiar o terrorismo, como resultado do projeto de lei que está a ser debatido no Congresso dos EUA e que Obama prometeu vetar.
Enquanto isso, os dois candidatos à indicação presidencial democrata para a eleição de novembro, a ex-secretária de Estado, Hillary Clinton e o senador Bernie Sandres, manifestaram apoio ao projeto de Lei.
Obama vai aterrar dia 20 de abril em Riade, capital da Arábia Saudita, onde se reunirá com o rei saudita Salman bin Abdulaziz, e participar, no dia 21 na cúpula do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), numa Cimeira que conta com os líderes do CCG (Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Catar, Omã e Bahrein).
Segundo disse hoje o porta-voz da Casa Branca na conferência de imprensa diária, os aliados norte-americanos têm "diferenças significativas" sobre várias questões, que Obama espera resolver durante a sua visita a Riade.
Lusa