Mundo

Fuad Massum eleito Presidente do Iraque pelo Parlamento

O curdo Fuad Massum foi hoje eleito presidente do Iraque durante uma sessão no parlamento, várias vezes adiada devido às tensões políticas num país que mergulha no caos e onde a violência fez hoje mais de 60 mortos.

A primeira tarefa de Massum será escolher um primeiro-ministro que deverá  tentar travar o contínuo agravamento da situação no país, em particular  devido à fulgurante ofensiva dos insurgentes sunitas liderada pelos 'jihadistas'  do Estado Islâmico (EI), que desde junho controlam uma parte importante  do território iraquiano.  

Massum garantiu a eleição na segunda volta com 211 votos face ao seu  rival Hussein al-Mussawi, que recolheu apenas 17. De acordo com uma regra  não legislada, o cargo de Presidente da República, essencialmente protocolar,  é ocupado por um curdo, enquanto o presidente do parlamento é sunita e o  primeiro-ministro xiita.  

Massum, um septuagenário veterano da política iraquiana sucede a Jalal  Talabani, 80 anos, que na semana passada regressou ao Iraque após 18 meses  de internamento num hospital na Alemanha.  

O novo chefe de Estado vai escolher um primeiro-ministro proveniente  do bloco do atual chefe de governo Nuri Maliki, que venceu as legislativas de abril, mas sem maioria absoluta.  

Maliki, no poder desde 2006, pretende assegurar um terceiro mandato  mas tem sido muito criticado por monopolização do poder, sectarismo e corrupção  na administração.  

A ONU e os Estados Unidos vinham apelando à formação de um "governo  de unidade" para combater os rebeldes sunitas, e já felicitaram a eleição  do novo presidente.  

O EI, acusado de numerosos abusos, terá hoje ordenado que todas as mulheres  entre os 11 e os 46 anos sejam excisadas, uma prática que não é corrente  no Iraque, denunciou a número dois da ONU no país, Jacqueline Badcock, durante  uma videoconferência organizada em Genebra.  

No terreno, pelo menos 60 pessoas, na maioria prisioneiros, foram mortas  a norte de Bagdad durante um assalto de grupos rebeldes contra uma coluna  que escoltava os detidos. Um responsável do Ministério do Interior referiu-se  a um "ataque suicida seguido de explosões e trocas de tiros".  

O ataque visou uma coluna rodoviária com veículos das forças de segurança  que transferiam cerca de 60 prisioneiros, muitos detidos sob a acusação  de terrorismo, desde a prisão de Taji, 25 quilómetros a norte de Bagdad.

O avanço dos 'jihadistas' no Iraque também está a ter reflexos na economia. O Iraque exportou 2,4 milhões de barris de petróleo por dia em junho, contra  os 3,4 milhões previstos para este período pelo Ministério do Petróleo.

Lusa

Últimas