De acordo com habitantes e responsáveis locais, o ataque prolongou-se por nove horas e apenas terminou após a intervenção da aviação militar, que bombardeou as posições rebeldes.
"Recolhemos dez corpos atingidos por balas", perto das aldeias de Kwaranglum e Tsaha, declarou uma das testemunhas à agência noticiosa AFP.
Um habitante de Kwaranglum admitiu que o balanço das vítimas pode ser mais elevado.
"Há muitos corpos dispersos na savana porque os atacantes perseguiram as pessoas que procuravam refúgio e mataram-nas", denunciou.
As testemunhas referem que homens armados e envergando uniformes militares tomaram de assalto na manhã de hoje as duas aldeias, que foram incendiadas, e abateram os habitantes que tentavam fugir.
Este duplo ataque constituiu uma aparente represália pela morte na terça-feira de oito militantes do Boko Haram, em confrontos com uma milícia de autodefesa de Kwaranglum.
O exército nigeriano lançou há mais de um ano uma vasta operação em três estados do nordeste, bastiões do Boko Haram, incluindo em Borno, onde se situa Chibok, para tentar aniquilar a insurreição islamita desencadeada em 2009 e que provocou milhares de mortos.
No entanto, as violências continuam a ocorrer quase diariamente, com o grupo armado a flagelar em particular as povoações onde foram formadas milícias anti-Boko Haram, com a ajuda dos militares.
Apesar da forte mobilização e dos estado de emergência no nordeste, os militares são criticados quer pela sua incapacidade em pôr cobro às violências, como pela ferocidade da sua repressão.
O aumento da tensão na Nigéria também se relaciona com a perspetiva de eleições, previstas para janeiro de 2015, onde se espera a recandidatura do presidente Goodluck Jonathan.
Lusa