Mundo

Um português e um luso-descendente entre 41 detidos na Venezuela 

A Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar)  deteve 41 pessoas, incluindo um português e um lusodescendente, que se encontravam  perto da Praça Altamira (leste de Caracas), onde um grupo de manifestantes  tentava impedir a circulação de viaturas com barricadas na estrada. 

© Jorge Silva / Reuters

As detenções tiveram lugar na noite de sexta-feira e, segundo residentes,  entre os detidos encontra-se um português de 56 anos de idade, que na altura  não tinha na sua posse documentos de identificação. Alegadamente, o português  não tinha nada a ver com a manifestação e foi detido quando chegava a casa.

Segundo as fontes foi também detido um lusodescendente, Jacinto Gonçalves,  que alegadamente observava os manifestantes e teria sido levado para o Forte  de Tiuna, a principal base militar de Caracas. 

Entretanto, o canal estatal Venezuelana de Televisão noticiou que entre  os 41 detidos, encontram-se "oito estrangeiros procurados por terrorismo  internacional". 

O Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa confirmou, na sua  conta do Twitter que os guardas nacionais "atacaram e roubaram o equipamento  de trabalho a pelo menos dois jornalistas estrangeiros" que se encontravam  no local, incluindo a fotógrafa italiana Francesca Commissari. 

Segundo o diário El Universal, familiares dos detidos denunciaram que  os guardas nacionais lhes roubaram os telemóveis. 

Há 17 dias que se registam protestos em várias localidades da Venezuela,  entre manifestações pacíficas e atos de violência que provocaram pelo menos  18 mortos, 261 feridos e mais de 500 detidos. 

Os protestos começaram a 12 de fevereiro, com uma marcha pacífica de  estudantes contra a insegurança, mas intensificaram-se nesse mesmo dia,  quando confrontos entre manifestantes, forças de ordens e alegados grupos  armados, provocaram a morte de três pessoas. 

As manifestações persistem apesar de os venezuelanos terem por tradição  viajar até localidades do interior do país para celebrar o carnaval. 

 

Lusa

Últimas