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Violência na República Centro-Africana faz 127 mortos em três dias

Pelo menos 127 pessoas foram mortas e mais  de uma centena ficou ferida nos últimos três dias, na sequência da violência  entre cristãos e muçulmanos da República Centro-Africana (RCA), anunciou  a Cruz Vermelha.  

© Stringer . / Reuters

Segundo Antoine Mbaobogo, presidente da delegação da organização humanitária  na RCA, só em Bozoum, no noroeste do país, 97 pessoas foram mortas. Os corpos das restantes 30 vítimas foram encontrados em Bangui (25),  a capital, e M'Bata (5), no sudoeste, adiantou o responsável, que contabilizou  ainda 107 feridos e 14 mil deslocados em Bozoum. 

Estes massacres registaram-se após a demissão, na sexta-feira, do presidente  interino, Michel Djotodia, entretanto substituído por Alexandre-Ferdinand  Nguendet, que encarregou o Tribunal Constitucional de promover as eleições  presidenciais num prazo de 15 dias. 

Acusado pela comunidade internacional de passividade face à violência  inter-religiosa que abala o país desde 05 de dezembro, Djotodia abandonou  o cargo sob pressão dos dirigentes da Comunidade Económica dos Estados da  África Central, reunidos em cimeira extraordinária, em N'Djamena, capital  do Chade. 

Desde março de 2013, quando o presidente François Bozizé foi derrubado  pela coligação de pendor muçulmano Séléka, dirigida por Djotodia, a República  Centro-Africana entrou numa espiral de violência inter-comunitária e inter-religiosa.

A 05 de dezembro, as milícias de autodefesa cristãs, denominadas como  'anti-balaka' e que até então atuavam sobretudo no oeste do país, lançaram  uma ofensiva na capital, Bangui, contra posições da Séléka e em bairros  muçulmanos. O ataque provocou represálias dos ex-rebeldes contra a população  maioritariamente cristã de Bangui. Desde então, mais de mil pessoas foram  mortas. 

Um total de 1.600 soldados franceses e cerca de 4.000 soldados africanos  estão a tentar restabelecer a ordem e restaurar a segurança na antiga colónia  francesa.  

 

     

Lusa

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