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Especialistas afastam hipótese de envenenamento de poeta chileno Pablo Neruda

Um grupo de especialistas rejeitou hoje a hipótese de envenenamento do poeta e prémio Nobel chileno Pablo Neruda, indicando que os testes forenses confirmaram que a causa da sua morte foi  um cancro da próstata.

"Não encontrámos elementos químicos significativos que possam estar  ligados à morte de Pablo Neruda", disse Patrício Bustos, diretor do Serviço  de Medicina Legal do Chile, ao apresentar as conclusões de uma análise bioquímica  a amostras ósseas do poeta, morto em 1973 alguns dias depois do golpe de  Estado no país. 

"Diversas técnicas confirmaram a presença de metástases em vários segmentos  do esqueleto, o que está de acordo com a doença a que Pablo Neruda era tratado",  adiantou Bustos durante uma conferência de imprensa. 

As análises realizadas por especialistas chilenos e estrangeiros e em  universidades espanholas e norte-americanas "não permitiram encontrar a  etiologia de causas não naturais na morte de Pablo Neruda", disse ainda  o especialista. 

A investigação visava determinar se Pablo Neruda tinha morrido devido  a um cancro na próstata, como indica a sua certidão de óbito, ou a uma misteriosa  injeção realizada na véspera da sua partida para o México, onde pretendia  exilar-se para dirigir a oposição ao general Pinochet, como afirma o que  era o seu motorista na altura, Manuel Araya. 

Após uma longa batalha judicial, a exumação dos restos mortais de Pablo  Neruda foi realizada em abril na Isla Negra, na costa central do Chile,  local de residência do poeta e onde foi sepultado. 

O autor de "Canto Geral" e "Vinte poemas de amor e uma canção desesperada"  foi prémio Nobel da Literatura em 1971 e morreu a 23 de setembro de 1973  em Santiago do Chile. 

Lusa

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