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Condenados os quatro acusados da violação coletiva de estudante em Nova Deli

Os quatro acusados do ataque a uma estudante num autocarro em Nova Deli, caso que chocou a Índia e levou ao endurecimento da legislação antiviolação, foram hoje considerados culpados da violação coletiva e da morte da jovem.

As entidades policiais já detiveram cinco suspeitos de participarem no crime em dezembro (Reuters/ Arquivo)
© Adnan1 Abidi / Reuters

"Condeno todos os acusados. Foram considerados culpados de violação  coletiva, (...) de destruição de provas e da morte da vítima indefesa",  anunciou o juiz Yogesh Khanna, acrescentando que as penas e os argumentos  que justificam a condenação serão lidos na manhã de quarta-feira. 

Pelo menos três dos arguidos vão recorrer da sentença, informaram os  advogados. 

V.K. Anand, advogado de Mukesh Singh, disse aos jornalistas: "O meu  cliente estava simplesmente a conduzir o autocarro. Ele confessou que estava  a conduzir o autocarro, mas não sabia o que se passava lá dentro". 

A.P. Singh, advogado de Akshay Thakur e Vinay Sharma, classificou as  condenações de "políticas" e disse que iria recorrer em nome dos dois. 

O advogado do quarto condenado, Pawan Gupta, não pôde ser contactado  para comentar. 

Os arguidos, que incorrem na pena de morte, foram momentaneamente trazidos  para a sala do tribunal para ouvirem a sentença e depois levados embora  pela polícia. 

Os pais de um dos acusados, Mukesh Singh, deixaram a sala em lágrimas.

Os pais e o irmão da vítima também estavam na sala. 

A estudante, de 23 anos, foi brutalmente agredida, violada, e atirada  para fora de um autocarro por seis indivíduos em Nova Deli a 16 de dezembro.  O amigo que a acompanhava também foi agredido e a jovem acabou por morrer  no hospital, duas semanas mais tarde, devido a lesões internas. 

Um dos seis suspeitos morreu na prisão e outro, que era menor de idade  na altura dos acontecimentos, foi considerado culpado por um tribunal de  menores no final de agosto e condenado a três anos de prisão. 

O caso desencadeou uma onda de protestos na Índia.  

Depois de meses de manifestações em massa, o parlamento indiano reforçou  as leis que punem os crimes sexuais

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