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Ataques violentos no Rio de Janeiro contra acções de pacificação nas favelas

A população do Rio de Janeiro viveu mais uma noite de violência, com 11 ataques de criminosos em vários pontos da cidade e grupos armados a fazerem arrastões por ruas e avenidas, aterrorizando a rotina de muitos cariocas.

A onda de crimes voltou a ocorrer um dia após a Polícia Militar (PM) reforçar o patrulhamento nas ruas. Os agentes de segurança foram colocados em estado de alerta e inúmeras operações foram ativadas para impedir mais ondas de agressões.



Em 24 horas, equipas da Polícia Civil e Militar já realizaram incursões em 18 favelas, nas principais comunidades onde o controlo do narcotráfico ainda prevalece, como Manguinhos, no complexo de favelas da Maré, Jacarezinho, Fallet e Fogueteiro, em Santa Teresa, e na Vila Joaniza e Barbante, na Ilha do Governador.



Já foi confirmada a prisão de, pelo menos, oito pessoas e a morte de dois homens durante as operações decorridas terça-feira na cidade.



As autoridades já pediram a transferência de outros oito presos para o presídio federal de Porto Velho, em Rondônia, no Norte do Brasil.



A suspeita é de que as ordens para os ataques tenham sido feitas a partir do presídio de segurança máxima de Catanduvas, no Paraná, e de Bangu, no Rio de Janeiro.



No último fim de semana, criminosos assaltaram motoristas e atearam fogo em carros numa das principais vias de acesso à cidade, a Linha Vermelha. Um carro da aeronáutica chegou a ser metralhado.



Na Rodovia Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, outros veículos foram roubados e uma pessoa foi baleada. No domingo houve ainda arrastões em bairros da cidade como Laranjeiras e Lagoa.



A escalada de violência não cessou nesta segunda-feira, quando uma cabine da PM foi alvejada e polícias foram recebidos a tiro noutro ponto da cidade, no subúrbio do Rio.



Na manhã de hoje, polícias militares e bombeiros foram acionados para apagar um incêndio num autocarro numa avenida de grande circulação de veículos no subúrbio do Rio.



Os serviços secretos brasileiros investigam a união de fações até então rivais para a realização destes recentes ataques no Rio de Janeiro.



Os primeiros sinais de reação por parte de criminosos começaram há quase dois meses. No início, as autoridades chegaram a negar a possibilidade dos crimes para não amedrontar a população.



O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, voltou a afirmar que os ataques são uma "represália" à política de segurança implantada no estado, que tem como principal foco as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) instaladas nas favelas que visam a expulsão de traficantes.



(Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico)

Lusa

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