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Vacinação contra a covid-19. “Todas as pessoas estão inscritas e existem na base de dados do SNS”

José Luís Biscaia explica que a idade será o principal fator de seriação no decorrer da segunda fase de vacinação.

SIC Notícias

O início da segunda fase da vacinação contra a covid-19 tem levantado algumas questões, nomeadamente sobre os utentes que não têm médico de família ou que não são seguidos pelos centros de saúde e hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS). José Luís Biscaia, diretor executivo do Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Mondego, explica à SIC Notícias como está a ser realizada a segunda fase da administração da vacina.

“A questão da inscrição no centro de saúde – no sentido de ter ou não o seu médico de família – não é questão prioritária. Todos os cidadãos portugueses ou residentes em Portugal têm o seu número nacional de saúde”, explica à Edição da Tarde sublinhando que “todas as pessoas estão inscritas e existem na base de dados do SNS”.

Nos casos em que o utente tem uma das morbilidades identificadas como de risco – insuficiência cardíaca, doença coronária, insuficiência renal ou doença respiratória crónica –, o médico que o acompanha irá referencia-lo para que seja vacinado. Caso seja seguido em instituições de saúde privadas, o médico poderá utilizar o sistema de prescrição eletrónica médica para incluir o utente na listagem prioritária

“O médico deve fazer uma declaração através da prescrição eletrónica médica. Tem um espaço para registar e fica identificado como tendo essa patologia. Essa pessoa de 50 anos deixa de ser igual às outras pessoas de 50 anos. Passa a ser uma pessoa de 50 anos com patologia e sobe na lista”, esclarece

Em relação à seriação e prioridade dentro da própria fase, o diretor explica que a idade será o principal fator, uma vez que é “muito complicado estar a discutir um peso diferente das várias patologias”. Uma vez que se sabe que “a mortalidade está associada à idade”, o diretor considera que esta é a “maneira mais fácil, mais simples, mais equitativa, mais clara para todos”.

Sobre a testagem em massa e a nova norma publicada pela Direção-Geral de Saúde na passada sexta-feira, o diretor do Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Mondego sublinha a importância de interpretar os testes e de adequar a testagem com base no histórico já existente da pandemia.

“Temos que perceber que há coisas que estão a mudar, há um histórico. Neste momento temos uma população que já esteve infetada e que tem um valor significativo. A essa população temos de acrescentar as pessoas que já foram vacinadas. Nós começamos a ter um grupo que é diferente. Temos de perceber onde vamos fazer os testes”, afirma José Luís Biscaia.

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