Tragédia em Pedrógão Grande

Centro de Operações Móveis da Autoridade Marítima termina missão de apoio

Os elementos do Centro de Operações Móveis da Autoridade Marítima, que prestava apoio à coordenação das operações de combate aos incêndios em Pedrógão Grande, terminaram a missão, anunciou hoje a Autoridade Marítima Nacional (AMN).

Centro de operações móveis da Autoridade Marítima Nacional em Pedrógão Grande
amn.pt

De acordo com o comunicado da AMN, apesar do regresso destes elementos, duas pessoas do gabinete de apoio de psicologia da Polícia Marítima mantém a ajuda as populações em Pedrogão Grande e Castanheira de Pera, na sequência dos incêndios na região centro do país, que provocaram 64 mortos e mais de 200 feridos.

Segundo a AMN, estes elementos que se mantêm no terreno, promovem "o controlo emocional das vítimas encaminhando-as, depois de sinalizadas e estabilizadas, para os serviços competentes, nomeadamente a Segurança Social, as câmaras municipais, as juntas de freguesia e os centros de saúde e hospitalar do Serviço Nacional de Saúde".

O Gabinete de Psicologia da Polícia Marítima foi criado em 2015 e tem como principal missão assegurar em situações de acidentes e catástrofes e, de imediato, o necessário apoio psicológico à população acidentada e familiares das vítimas, promovendo o desenvolvimento de estratégias de adaptação de modo a minimizar o impacto do incidente/catástrofe.

Segundo dados divulgados na terça-feira pelo INEM, foram sinalizadas com necessidade de acompanhamento e de reavaliação 42 pessoas da zona afetada pelo incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande.

As seis situações mais graves e complexas "foram consideradas de emergência e encaminhadas para os serviços de urgência dos serviços psiquiátricos dos CHUC [Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra]", afirmou Sónia Cunha, que esteve a coordenar uma equipa de cerca de 60 psicólogos de diferentes instituições que estiveram a garantir a resposta de emergência até quinta-feira da semana passada.

A especialista do Centro de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise (CAPIC) considera que as equipas com psicólogos no terreno são suficientes e sublinhou que as pessoas também precisam de tempo e espaço para liderarem com a situação.

"As pessoas têm de ter o seu tempo, a oportunidade de elas próprias alocarem e ativarem os seus recursos", explicou à agência Lusa Sónia Cunha, vincando que é importante "procurar a proatividade das pessoas", permitir-lhes que se consigam "reestruturar".

O papel dos psicólogos "é de apoio, de acompanhamento. Não implica que as pessoas tenham consultas diariamente", acrescentou.

De acordo com o Instituto da Segurança Social (ISS), a Linha Nacional de Emergência Nacional, que foi reforçada durante o incêndio de Pedrógão Grande, recebeu entre 18 e 22 de junho 2.308 chamadas, uma média de 408 por dia.

O maior número de chamadas foi recebido a 19 de junho (659), dois dias depois de terem deflagrado os incêndios na região centro, que apenas foram dados como extintos no passado sábado.

Lusa

Últimas