O Partido Social-Democrata é o único que “não se opõe" ao alargamento do objeto da comissão parlamentar de inquérito da TAP sugerido pelo PCP. Já PS e Chega estão de pé atrás pela perda de “foco” que isso poderá provocar.
"Nós não nos opomos a que o objeto da comissão de inquérito seja mais alargado e inclua aquilo que foi a reversão da privatização e depois a nacionalização em 2020", referiu Joaquim Miranda Sarmento, líder da bancada parlamentar do PSD.
Ao contrário do PSD, Eurico Brilhante Dias, líder parlamentar da bancada socialista, teme a perda de foco no alargamento “substantivo” do objeto da comissão parlamentar, sustentando que o objeto proposto pelo Bloco de Esquerda (BE) era “adequado”.
“Quando alargamos muito o âmbito de uma comissão parlamentar de inquérito corremos o risco de estar menos focados. Em primeira aproximação pareceu-nos que o objeto do Bloco de Esquerda era adequado e não vemos grande vantagem em alargar de forma tão substantiva quando a comissão tem os seus próprios limites”, esclarece o deputado socialista.
No entanto, Brilhante Dias ressalva que vão “analisar com cuidado”, pois a posição do grupo parlamentar do PS “não é definitiva”.
Já André Ventura, do Chega, vincou “firmemente” a sua oposição ao alargamento do objeto da comissão por ser um tema adequado para o plenário, acusando o PCP de fazer “frete” ao Governo.
“Estarmos a alargar o objeto sobre o processos de nacionalização ou privatização ou reprivatização é destruir a comissão da TAP. Isto é um frete que o PCP faz ao Governo ao querer pôr uma comissão a discutir o que deve ser discutido no plenário. O Chega vai opor-se firmemente.”, sublinha.
O PCP propõe alargar a discussão ao processo de privatização em 2015 e consequente gestão privada da companhia aérea, ao invés de incidir apenas sobre a indemnização de Alexandra Reis.